Brazil
January 22, 2024
Photo: Marcelino Ribeiro
A partir de janeiro de 2024, por meio de uma parceria entre a Embrapa Agrobiologia e o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), agricultores familiares do Rio Grande do Norte poderão acessar uma tecnologia já bastante conhecida nas lavouras mais tecnificadas do País, principalmente nos plantios de soja e milho. Trata-se do uso de inoculantes para fixação biológica de nitrogênio. Produzido a partir de microrganismos, o bioisumo contendo bactérias específicas para feijão-caupi será aplicado nas lavouras conduzidas por agricultores familiares, formando uma rede de Unidades Demonstrativas.
“As Unidades serão instaladas preferencialmente nas áreas de produção familiar, de forma a oportunizar que agricultores e agricultoras percebam as vantagens que essa inovação tecnológica poderá lhes proporcionar”, explicou Ernani Jardim Reis, engenheiro agrônomo da Embrapa Agrobiologia, em reunião no dia 18 de dezembro com a presença de representantes de universidades, institutos federais, MDA e Mapa.
Ernani atua na superintendência regional do MDA no Rio Grande do Norte e fez uma exposição sobre o tema, colocando as principais referências científicas que evidenciam a pertinência da implementação da tecnologia da FBN no RN. Na ocasião, foram apresentadas estatísticas de produtividade, bem como o contexto de favorabilidade da adoção dos bioinsumos para agricultura familiar em comparação com o agronegócio.
Ana Garofolo, chefe de Transferência de Tecnologia da Embrapa Agrobiologia, lembrou que a recém-concessão do Termo de Execução Descentralizada (TED) do MDA para o atendimento de demandas do Programa de Bioinsumos para a Agricultura Familiar poderá de alguma maneira fortalecer a implantação desta rede.
Garofolo alertou ainda que práticas atualmente muito difundidas com microrganismos, sobretudo as denominadas on farm, ainda são objeto de debate no meio científico e, por isso, todas as preparações em nível de unidade de produção da agricultura familiar, como a elaboração de biofertilizantes, fermentados tipo bokashi e adoção de técnicas para o controle biológico, devem ser apoiadas e implementadas pela assistência técnica e extensão rural.
Além da instalação das Unidades Demonstrativas, a implantação da rede deverá envolver a realização de Dias de Campo e a avaliação da viabilidade de produção de inoculantes regionalmente, visto que a possível adoção da tecnologia implicará na demanda de inoculantes.