home news forum careers events suppliers solutions markets expos directories catalogs resources advertise contacts
 
News Page

The news
and
beyond the news
Index of news sources
All Africa Asia/Pacific Europe Latin America Middle East North America
  Topics
  Species
Archives
News archive 1997-2008
 

Mundo discute tecnologias de sementes em Reunião do ISTA


Brazil
July 3, 2023


 

As mudanças climáticas e novas configurações geopolíticas são o fiel da balança em que, para garantir alimento à crescente população mundial e a conservação da natureza, estão nos pratos da pesquisa e produção de sementes a uniformidade e a biodiversidade. Neste contexto planetário, sobram expectativas sobre o uso da Inteligência Artificial (IA). Esta e outras tecnologias, como o CRISPR, representam só um faixo de luz no universo de possibilidades para o desenvolvimento da pesquisa e o mercado sementeiro. Consequentemente, essas inovações contribuirão para a conservação dos recursos naturais e a sobrevivência humana.

Autoridades mundiais da cadeia sementeira observaram com lupa todas essas tendências na Reunião Anual do ISTA 2023 (ISTA Annual Meeting 2023), que aconteceu em Verona, Itália, de 29 de maio a 1 de junho.

O evento reuniu 178 participantes de 48 países. A comitiva brasileira contou com a presença do doutor José de Barros França-Neto, vice-presidente da Associação Brasileira de Tecnologia de Sementes (ABRATES) e pesquisador da Embrapa Soja (Londrina-PR); Thomas Michelon, aluno de doutorado na Universidade Federal do Paraná (Curitiba-PR); Fatima Conceição Márquez Piña-Rodrigues, Universidade Federal de São Carlos (Sorocaba – SP); Elisa Serra Negra Vieira, Embrapa Florestas (Curitiba – PR); José Maurício Pereira, Ministério da Agricultura e Pecuária (Lavras – MG); Júlio César Garcia, Ministério da Agricultura e Pecuária (Belo Horizonte – MG); Diogo Tobolski, GEVES-SNES (Beaucouzé - França) e Pedro Henrique Lorençoni, Sementes Matsuda (Álvares Machado – SP).

Sem aumentar a área de produção, a agropecuária brasileira sustenta o Produto Interno Bruno Brasileiro (PIB), que deve crescer 10,5%, em 2023, segundo estimativas da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

A tecnologia e, aí é importante contabilizar as inovações aplicadas às sementes, puxa para cima as projeções não só brasileiras, mas são compartilhadas pelo mundo em eventos, como a última edição do ISTA.

A participação do Brasil em Verona, abriu a programa, com a presença de uma brasileira na coordenação, no dia 29, durante o Seminário “ Da biodiversidade à diversificação: recursos, ferramentas e tecnologias para atender aos novos desafios”.

A maratona de 16 palestras, contou pela manhã com a coordenação de Fátima Piña-Rodrigues (Universidade de São Carlos, Brasil) e Sergio Pasquini (Centro Nacional de Biodiversidade Carabinieri, Itália).

À tarde, a coordenação do seminário foi de Enrico Noli (Universidade de Bolonha, Itália) e Elena Perri (Centro de Pesquisa em Defesa e Certificação, Itália).

Pela manhã, Giorgio Benelli (Universidade de Insubria, Itália) apresentou a palestra “Biodiversidade e evolução das plantas”.

A programação foi intensa. Yasmina El Bahloul (Instituto Nacional de Pesquisa Agrícola do Marrocos, Marrocos) falou sobre “Inferência do melhoramento genético no uso sustentável de recursos genéticos e segurança alimentar”.

Vicenzo Andriani (Centro Nacional de Biodiversidade Carabinieri, Itália) veio em seguida, com a palestra “Ex-situ in-situ conservação da biodiversidade”.

Representando o Programa Cooperativo Europeu para Recursos Genéticos de Plantas (Itália), Sandra Goritschnig apresentou a palestra “Fazendo uso de recursos genéticos – Redes de Avaliação Europeias explorando a diversidade disponível em bancos de genes europeus.

O Brasil foi destaque com a palestra “Conciliando padrão e biodiversidade: o desafio para a análise de sementes”, proferida por Fátima Piña-Rodrigues.

A professora enfatizou e contextualizou qual é a quantidade de sementes necessária, seja no Brasil como no mundo, para restaurar as áreas degradadas. Fatima enfatizou que estamos na década da restauração declarada pela ONU. São 350 milhões de hectares a serem restaurados no planeta. “Isso é um desafio muito grande. Se temos uma semente de boa qualidade pode representar um terço do que seria se utilizássemos uma semente de baixa qualidade. Então, precisamos de material a ser produzido em boa qualidade e diversidade. Por outro lado, os a produção, seja no Brasil ou no mundo, envolve dois sistemas. O comercial, que vende e produz sementes e plântulas diretamente em empresas, ou o que a gente chama de “sementes sociais”, produzidas pelas redes comunitárias de sementes”, afirmou Fátima.

A coordenadora do seminário ressaltou que estamos na quinta geração de redes de sementes e, hoje, essas sementes têm valor social agregado. É um valor de empoderamento de mulheres, comunidades indígenas e quilombolas. Essa semente social é produzida pelas redes de sementes. Hoje, em quatro anos, conseguimos aumentar a produção de sementes de 10 toneladas para até 100 toneladas. Mas, não é só com a produção que estamos preocupados. Quando vamos olhar a pesquisa, vimos que tem gente que tem uma enorme diversidade de espécies, botânica, genética e de qualidade. Os estudos que foram feitos pelo grupo do Comitê Técnico de Sementes Florestais da ABRATES mostraram que existe variabilidade de até 100% dentro dos lotes de sementes. De onde vem essa diversidade? Essa diversidade vem por erro de amostragem? Porque é um erro da análise de qualidade ou isso é implícito da qualidade pelo fato de que as redes buscam diversidade, diferentes matrizes? A questão é como a gente vai incluir diversidade dentro do conceito de análise de sementes”, considerou a pesquisadora.

Fatima continuou explicando que, os métodos de análise atuais buscam uniformidade de características.

“Nós precisamos começar a pensar não apenas em uniformidade, mas também em geração de diversidade. Como analisar essa diversidade, isso num nível de estatística, no nível de produção e até, se a gente puder pensar, até no nível de diversidade botânica”, afirmou.

Fatima falou também sobre a utilização de drones na semeadura. A pesquisadora assinalou que a restauração pode ser feita por mudas, que é uma técnica de maior custo, mas que a qualidade da semente ou números das sementes utilizadas é pequeno em relação à semeadura direta.

“Na semeadura direta, a gente chega a usar 250 mil sementes por hectare e, disso, entre 5% a 10% emergem no campo. Existe uma grande perda de sementes. Precisamos melhorar a tecnologia de uso das sementes que estão aptas para a semeadura direta, assim como é preciso melhorar a tecnologia de semeadura. Na tecnologia de semeadura direta, usamos maquinários agrícolas. A gente aproveita o que existe. Então, você tem um grupo de espécies que são mais adaptadas para semeadura direta. Usamos técnicas como a peletização, encapsulamento ou colocar muitas sementes juntas no mesmo pelete, na mesma cápsula ou na mesma incrustação. Isso viabiliza a utilização de drone com semeadura direta em locais de difícil acesso”, explicou Fatima.

O período da manhã seguiu com a palestra “Proteção de espécies ameaçadas de extinção” proferida por Silvia Biondini (Centro Nacional de Biodiversidade Carabinieri, Itália).

Na sequência, Sergio Pasquini acrescentou à rodada de palestras o tema “Como testar ‘materiais selvagens’ de acordo com as Regras da ISTA.

Já P.G. Bianchi (Centro de Pesquisa em Defesa e Certificação, Itália) fez a palestra “Uma visão geral das iniciativas de exploração da biodiversidade no quadro da legislação da União Europeia para a comercialização de sementes”.

O período da manhã encerrou com a palestra “Inovação no melhoramento de plantas: a contribuição do setor privado de sementes para contribuir para o alcance dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável”, com Khaoula Belhaj (Fagmière, International, ISF, Suíça).

A programação da tarde foi aberta por Silvio Salvi (Universidade de Bolonha, Itália), com a palestra “Novas técnicas de melhoramento genético”.

B.M. Prasanna (CIMMYT, Quênia) se apresentou em seguida, com o tema “Edição Gênica em plantas cultivadas: perspectivas globais”.

Silvia Guliani (Assosementi, Itália) fez a palestra “Novas ferramentas para manter a agricultura sustentável e competitiva”.

A programação incluiu ainda a palestra “Situação das culturas editadas pelo genoma na Argentina, proferida por Dalia Marcelo Lewi (Secretaria de Agricultura, Pecuária e Pesca, Argentina).

Firoz Amijee (North Hill Group, Bélgica) abordou o tema “Da biodiversidade à diversificação: recursos, ferramentas e tecnologias para atender aos novos desafios”.

Ilaria Ciabati (Comissão Europeia) desenvolveu o tema “A iniciativa da Comissão Europeia sobre plantas obtidas por certas novas técnicas genômicas”.

A programação vespertina terminou com a palestra “Avaliação pela ISTA de sementes de plantas obtidas por Novas Técnicas Genômicas (NTG)”, por Enrico Noli.

O rol de palestras da Reunião Anual da ISTA foi sem dúvida instigante, vislumbrando uma jornada tecnológica que - só para citar algumas - a IA e o CRISPR, estamos ainda nos primeiros passos.

O que ainda está por vir, virá rapidamente porque, em nenhum outro período da história humana, o desenvolvimento de tecnologias acelerou tanto.

 



More news from:
    . ABRATES - Associação Brasileira de Tecnologia de Sementes
    . ISTA - International Seed Testing Association*


Website: http://www.abrates.org.br

Published: July 4, 2023

The news item on this page is copyright by the organization where it originated
Fair use notice

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

  Archive of the news section


Copyright @ 1992-2024 SeedQuest - All rights reserved