Brazil
September 30, 2013
Source: ABRATES
A soja é a cultura de maior importância econômica para o Brasil e segundo levantamento da Conab a cultura ocupou na safra 2012/2013 uma área plantada superior a 27,7 milhões de ha, sendo a cultura de grãos mais plantada. A tecnologia do inoculante para fixação biológica de nitrogênio com rizóbios é utilizada no Brasil desde a expansão da cultura da soja na década de 60 e 70, quando surgiram no mercado brasileiro as primeiras indústrias de inoculantes.
Porém os inoculantes atuais são produtos diferentes dos inoculantes comercializados nas décadas de 70 e 80, o motivo que diferencia os produtos não é somente os microrganismos que o compõem, mas também a tecnologia que está presente na formulação e no processo de produção do inoculante, o que garante produtos com uma alta concentração e eficiência no campo. Atualmente os dados de pesquisa e campo comprovam o incremento médio de 8% no rendimento da soja com a reinoculação anual (reaplicação de inoculante em áreas com histórico de cultivo), aportando todo o nitrogênio exigido pela cultura. A rentabilidade e sustentabilidade do cultivo da soja no País são dependentes do processo de fixação biológica do nitrogênio, pois se considerarmos a necessidade de nitrogênio da cultura da soja e o custo necessário para suplementar esta necessidade via adubação, teríamos um incremento no custo de produção acima de R$ 700,00/ha, o que inviabilizaria economicamente o cultivo da soja com adubação nitrogenada.
O ministério da Agricultura regularmente e padroniza os inoculantes produzidos no Brasil, no caso da cultura da soja atualmente existem quatro cepas de Bradyrhizobium autorizadas para uso, os inoculantes devem conter no mínimo duas destas cepas, a concentração mínima deve ser de 1x109 UFC por ml ou g e a validade de no mínimo 6 meses. A recomendação dos órgãos de pesquisa para a cultura da soja em relação à FBN é que se deve proceder com a inoculação das sementes, utilizando inoculantes registrados, sendo a dose superior ou igual a 100 ml para 50 kg de sementes e a adubação nitrogenada não deve ser superior a 20 kg de N por ha. O tratamento das sementes com inoculante deve ser realizado seguindo as recomendações de cada fabricante, pois atualmente existem no mercado inoculantes que contém aditivos com formas de aplicação e funções diferentes.
Uma alternativa para aplicação do inoculante na cultura da soja é a utilização da aplicação via sulco com equipamentos que podem ser adaptados nas semeadoras, sendo que atualmente a recomendação para este tipo de aplicação é de 2 a 3 doses por ha. O uso de micronutrientes como o Co e Mo é fundamental para garantir um processo de FBN eficiente e sem restrição, pois estes elementos são fundamentais na formação de enzimas e vitaminas envolvidas neste processo, a aplicação destes micronutrientes pode ser realizada via foliar ou no tratamento de sementes.
Os pré-inoculantes são uma realidade do mercado, atualmente temos produtos autorizados para venda que permitem 2 dias de pré-tratamento, porém existem no mercado tecnologias que permitem um tratamento antecipado de 7 dias com inoculantes líquido e até 30 dias com inoculantes turfosos, estes produtos deverão se tornar cada vez mais comuns no mercado, pois facilitam e flexibilizam os processos de tratamento de sementes e plantio. Um dos aspectos importantes no tratamento de sementes é a combinação de produtos que é aplicada na semente, as pesquisas comprovam que existem diferenças de toxidade para as bactérias entre os produtos existentes no mercado para tratamento de sementes. Os testes de laboratório mostram que algumas formulações de micronutrientes podem ser mais tóxicas aos microrganismos que fungicidas e inseticidas, e entre os fungicidas e inseticidas formulados com as mesmas moléculas existem diferenças de toxidade, este fato ocorre principalmente devido aos inertes contidos na formulações, corantes e solventes, que normalmente são bactericidas e fungicidas. Portanto o uso de aditivos e inoculantes para pré-tratamento deve ser recomendado junto com fungicidas, inseticidas e micronutrientes recomendados e testados pela empresa fornecedora da tecnologia de pré-inoculação.
Uma das tecnologias mais atuais no mercado de inoculantes são as moléculas e substâncias que estimulam a nodulação nas plantas chamadas de fatores Nod, são substâncias sinalizadoras produzidas por bactérias do gênero Rhizobium, durante o processo de simbiose com as leguminosas. Estas moléculas quando presentes no inoculante promovem uma redução no tempo necessário para o inicio da simbiose e maior eficiência do processo de fixação biológica do nitrogênio, como conseqüência deste processo os dados de pesquisa mostram uma aumento de rendimento na cultura da soja de 4% quando comparado com inoculante sem fator de nodulação.
Para a cultura do milho e outras gramíneas os inoculantes são utilizados há mais de 10 anos em outros países da América do Sul e hoje são uma realidade na agricultura brasileira, as estimativas mostram que mais de 2,5 milhões de hectares de milho foram inoculados na safra 2012/2013 no Brasil. Hoje, depois de mais de 60 anos desde o início do uso de inoculantes com rizóbios na cultura da soja, surge uma nova tecnologia com a inclusão das bactérias promotoras de crescimento para uso em combinação com os rizóbios. Os inoculantes tradicionais incorporam sobre a semente somente os rizóbios que formam nódulos e tem por objetivo a fixação biológica de nitrogênio. Essa nova tecnologia chama-se coinoculação, e consiste em unir no momento da semeadura os rizóbios com bactérias promotoras de crescimento, que aumentam a disponibilidade e absorção de nutrientes pelas plantas, reduzem a sensibilidade a estresses ambientais (secas), melhoram a proteção do cultivo frente à patógenos do solo, promovem um maior desenvolvimento do sistema radicular e uma maior massa e número de nódulos.
A tecnologia de coinoculação Sojamax é uma solução biotecnológica desenvolvida a pela Total Biotecnologia e a empresa ResBioAgro (Espanha), testada e aprovada em duas safras consecutivas pela Embrapa Soja e registrada no ministério da agricultura. A nova tecnologia de coinoculação Sojamax é uma solução biotecnológica que fornece para a cultura da soja, fixação biológica de nitrogênio, fitohormônios de crescimento vegetal, moléculas de reconhecimento entre as bactérias e a planta e compostos indutores de nodulação. Hoje, através do lançamento da tecnologia de coinoculação Sojamax, o agricultor tem condições de aumentar a fertilidade biológica do solo, incrementando e potencializando o rendimento de grãos da cultura da soja. Os ensaios em áreas com histórico de cultivo de soja foram conduzidos pela Embrapa Soja para registro e comprovação da eficiência agronômica da nova tecnologia de coinoculação Sojamax. Os resultados confirmaram o benefício da reinoculação anual com Bradyrhizobium que proporcionou um incremento médio de 222kg/ha (3,7sacas) ou 8,4% em relação ao tratamento sem reinoculação. O tratamento com a tecnologia de coinoculação Sojamax resultou em um incremento médio de 427 kg/ha (7,1sacas), ou 16,1% em relação ao tratamento não inoculado, em comparação ao tratamento inoculado somente com Bradyrhizobium foi observado um ganho adicional de 205kg/ha (3,4sacas), ou 7,1%, com o uso da tecnologia de coinoculação Sojamax.
A Total Biotecnologia busca sempre proporcionar ao mercado agrícola soluções em biofertilizantes e produtos biológicos. No desenvolvimento de produtos o nosso objetivo é atender as necessidades do agricultor brasileiro, fornecendo tecnologias que proporcionem facilidade e flexibilidade de aplicação, mantendo a eficiência agronômica. As novas tecnologia como a pré-inoculação e coinoculação irá contribuir para o aumento da produtividade das culturas devido ao melhor aproveitamento dos nutrientes do solo, dos fertilizantes e do potencial das plantas, possibilitando um sistema de produção mais sustentável e equilibrado. As novas tecnologias e produtos serão cada vez mais comuns no mercado e poderão contribuir para um melhor aproveitamento dos nutrientes do solo e eficiência na fixação biológica do nitrogênio, possibilitando um sistema de produção sustentável e equilibrado, favorecendo a redução de gases do efeito estufa e a eficiência dos fertilizantes.
Autor: Fernando Bonafé Sei é Doutor em Manejo do Solo e Gerente de Pesquisa e Desenvolvimento na Total Biotecnologia.
Fonte: Agrodebate.