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May 24, 2024
Na hora de plantar, o produtor deve tomar alguns cuidados na velocidade e na profundidade da semeadura
Para maximizar as chances de sucesso na hora da colheita, algumas práticas devem ser seguidas na hora de colocar a semente no solo. Fugir da recomendação de qual velocidade aplicar na semeadora, bem como qual a profundidade em que a semente deve ser plantada, pode gerar prejuízos na produtividade. Esse conceito é chamado de plantabilidade.
“Quando olhamos para uma lavoura, temos que entender que cada planta é uma unidade produtiva. Por isso é importante que cada uma dessas unidades estejam bem distribuídas, apresentando distância igual, e emerjam no mesmo período, para que elas possam cumprir seus papéis e produzir lá no final”, explica o coordenador de produção da GDM Seeds, Bruno Moncks.
Qual velocidade devo utilizar na semeadora?
A velocidade a ser utilizada na hora da semeadura do trigo pode variar conforme o tipo da semeadora. Para as semeadoras mecânicas, que possuem um sistema de distribuição gravitacional, a velocidade indicada é de 4 a 6 km/h. Caso o produtor opte por trabalhar com velocidades abaixo dos 4 km/h, sua perda não será no rendimento da lavoura, e sim na sua capacidade operacional.
Já para o caso de velocidades acima do limite, trabalhos realizados pela Biotrigo com semeadoras mecânicas indicam perdas significativas de produtividades. “Indiferentemente do ciclo do material que estamos trabalhando, aumentar a velocidade de semeadura para acima dos 6 km/h pode expor a cultivar a perdas na ordem dos 100 kg/ha para cada quilômetro extrapolado”, aponta.
Qual é a profundidade ideal de semeadura do trigo?
Hoje, a profundidade de semeadura indicada para a cultura do trigo é de 3 a 4 cm. Mas por que a profundidade da semente importa na lavoura? Conforme Bruno, isso se dá pelas condições de umidade e temperatura, fundamentais para a semente iniciar seu processo germinativo. “Se o agricultor trabalhar com profundidades menores que 3 cm, a semente pode sofrer um processo de desidratação severa, o que pode acarretar em problemas de estabelecimento, por conta da variação de temperatura e umidade na fina camada da superfície até os 3 cm de profundidade”, comenta.
No cenário oposto, ou seja, quando o produtor coloca a semente em profundidades maiores que 4 cm, também são constatadas perdas de população. “Se a semente fica mais profunda do que o recomendado, estamos exigindo para que o vigor dela se sobressaia e consiga romper a camada do solo para iniciar o processo de fotossíntese”, afirma.
Em termos de perdas de produtividade, nesse cenário, a Biotrigo realizou dois trabalhos, em 2020 e 2021. Neles, foi testado um genótipo precoce e outro superprecoce, por serem as cultivares que, naquele momento, eram algumas das mais utilizadas pelo mercado. “Testamos a semeadura nas profundidades de 4 e 6 cm e constatamos que, ao aprofundarmos dos 4 cm, tivemos perdas de 8 a 10 sc/ha na produtividade da lavoura”, cita.
E, segundo Bruno, os prejuízos não se resumem apenas à perda de potencial produtivo, mas também no peso hectolítrico (PH) dos grãos, um dos fatores que impactam diretamente na comercialização do grão. A pesquisa apontou que as amostras obtidas das parcelas semeadas dentro do limite recomendado tiveram PH acima de 78. Já os grãos semeados na profundidade de 6 cm foram categorizados com PH abaixo de 78. “Assim, podemos concluir que além das perdas em produtividade, o erro na profundidade de semeadura pode representar prejuízos também na comercialização”, reitera.
Conhecer o lote da semente adquirida é indispensável
Apesar da plantabilidade ser uma importante prática a ser seguida na safra de trigo, ela não é a única. Outros fatores também podem impactar no resultado final da lavoura. Tudo começa na escolha da cultivar. “Se você, agricultor, está buscando uma nova cultivar, consulte o assistente técnico de sua confiança para que ele possa te dizer o melhor posicionamento de densidade para esse material. O início de uma boa plantabilidade passa pela obtenção dessas informações e do conhecimento do lote da semente que você está adquirindo”, afirma.
Para a safra de trigo de 2024, conhecer as especificações do lote da semente tornou-se mais importante do que nunca. Isso porque, devido aos desafios da safra de 2023 em boa parte do país, a qualidade sanitária e fisiológica da semente foi impactada. “Em resumo, a condição de plantio e das sementes não é a mesma a qual o produtor está acostumado. Então ele precisa conhecer as especificações dos lotes que ele está comprando, proteger as sementes da forma devida e ajustar sua máquina para semear o trigo da melhor maneira”, destaca Bruno. Quer saber mais sobre esses cuidados essenciais para a safra de 2024? Confira esta matéria!
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