A cultura do algodão enfrenta desafios significativos durante todo o seu ciclo de desenvolvimento, mas é no seu estádio reprodutivo que a interferência de pragas, representa uma ameaça direta à produtividade e à qualidade da fibra produzida.
Nesse contexto crítico, as lagartas se destacam como protagonistas de um desafio complexo, especialmente devido à abundância de espécies presentes na cultura do algodão. A situação é agravada pelo fato de que o algodão é frequentemente cultivado após a soja, ampliando a problemática. Isso ocorre porque as espécies que causam danos significativos na soja também desafiam as lavouras de algodão.
O grande número de espécies de lagartas que podem infestar as plantações de algodão complica a identificação e a tomada de decisão em relação ao controle.
A presença simultânea de diversas espécies, muitas vezes em grandes populações, torna fundamental a adoção de estratégias de manejo que não apenas contemplem o controle efetivo de todas as espécies presentes, mas também abordem a complexidade desse cenário.
Pragas do algodão: desafios impostos pelas lagartas
Embora o número de espécies de lagartas que podem atacar a cultura do algodão, causando perdas expressivas, seja grande (cerca de nove espécies diferentes e de maior expressão econômica), as principais que podem ser citadas e têm desafiado a cultura ano após ano, incluem:
Lagarta Helicoverpa (Helicoverpa armigera);
Lagarta-do-cartucho ou lagarta-militar (Spodoptera frugiperda).
Nesse sentido, os principais desafios no controle de lagartas incluem:
diversidade de espécies, o que torna a escolha de inseticidas uma tarefa desafiadora, pois é necessário selecionar ferramentas que abranjam o controle de todas as espécies de lagartas presentes. Além disso, a implementação de estratégias de manejo integrado se torna indispensável, visando complementar o controle químico.
outro ponto-chave a ser considerado no sucesso de controle de lagartas no algodão é a dificuldade na identificação, especialmente em fases iniciais de desenvolvimento e em fase de mariposa, exigindo conhecimento sobre a biologia da praga, seus hábitos e comportamento na cultura hospedeira (nesse caso o algodão);
resistência das principais lagartas a alguns grupos químicos de inseticidas, em conjunto com a pressão exercida sobre as biotecnologias, agravam a problemática das lagartas, exigindo, para além do uso de inseticidas, o conhecimento sobre quais as melhores opções disponíveis no mercado, em conjunto com a avaliação de todo o sistema (desde a escolha das cultivares mais adequadas até a associação de métodos de controle complementares e, é claro, monitoramento constante).
Spodoptera frugiperda
S. frugiperda, conhecida como lagarta-do-cartucho, emerge como a segunda praga mais prejudicial na agricultura, acarretando perdas expressivas na cultura do algodão, que alcançam até 30% em diversas regiões do país.
Em áreas de algodão convencional (sem a utilização de cultivares resistentes), os agricultores enfrentam a necessidade de aplicação de inseticidas (entre 5 e 8 pulverizações, em média) para conter a proliferação dessa praga.
Apesar de ser uma aliada no controle de pragas no algodão, a biotecnologia tem enfrentado desafios no caso específico da S. frugiperda. A tecnologia mais avançada, a GLTP (GlyTol LibertyLink TwinLink Plus, disponível para a cultura do algodão e que combina dois genes de TwinLink – Cry1Ab e Cry2Ae – com o gene Vip3A), não tem conseguido evitar os ataques, demandando até duas pulverizações por safra, conforme evidenciado no histórico da safra de 2022/23 de algodão.
Dessa maneira, um descuido no manejo pode resultar em perdas consideráveis na produtividade e na qualidade das fibras produzidas.
A peculiaridade do ciclo de vida dessa praga destaca-se nas posturas realizadas no terço médio e superior das plantas, incluindo as brácteas, o que pode levar a danos irreparáveis nas flores.
A especialização da Spodoptera em flores torna o fechamento floral especialmente crítico, comprometendo a estrutura e, consequentemente, a produção de algodão.
Ataque de S. frugiperda em maçã de algodão, comprometendo totalmente a estrutura reprodutiva.
A identificação precoce da lagarta é crucial para o sucesso no controle, visto que as pequenas lagartas, com até 1 cm, apresentam cabeça preta e coloração esverdeada, podendo atacar diversas estruturas da cultura.
Além das estruturas florais, os ponteiros e até mesmo as maçãs podem ser alvos, levando à bifurcação e, em casos extremos, ao sintoma de carimã (caracterizado pela produção de fibras manchadas, apodrecidas e sementes chochas).
H. armigera: desafios atuais
Por muitos anos, a lagarta-helicoverpa foi considerada a principal praga das lavouras de algodão, com potencial destrutivo capaz de causar perdas de até 100%. Entretanto, nos últimos anos, essa lagarta tem superado algumas barreiras, principalmente em relação às biotecnologias, demandando uma abordagem estratégica no manejo.
A amostragem eficiente é crucial para o controle da Helicoverpa, que realiza a postura de forma isolada no ponteiro das plantas de algodão. Os ovos apresentam coloração creme, com aspecto estriado visível sob a lupa.
A diferenciação em relação à Spodoptera reside na cabeça, de coloração castanho-claro, e na presença de uma protuberância acima do terceiro par de pernas na fase inicial de desenvolvimento.
A Helicoverpa demonstra comportamento agressivo ao atacar as estruturas reprodutivas, incluindo aquelas em formação.
Mesmo uma quantidade reduzida de lagartas podem causar danos significativos, e seu desenvolvimento no ponteiro, descendo pela planta e se protegendo nas brácteas, torna desafiador o alcance eficaz dos inseticidas. A atenção ao estádio da praga e o controle de lagartas de até 3º ínstar (aproximadamente 1 cm) é essencial para minimizar perdas.
Estratégias de manejo
O manejo integrado de pragas torna-se fundamental diante dos desafios impostos pelas lagartas na cultura do algodão. Além das práticas convencionais de controle químico, é crucial adotar outras abordagens.
Identificação precoce e monitoramento constante
Alicerçado na observação atenta, o manejo integrado inicia-se com a identificação precoce das pragas.
Monitorar constantemente as lavouras permite identificar a infestação no estágio inicial, possibilitando a implementação de ações rápidas e eficazes. Essa prática não apenas previne danos significativos, mas também reduz a necessidade de intervenções mais intensivas posteriormente.
Uso estratégico de biotecnologia
A biotecnologia surge como uma ferramenta poderosa no arsenal do manejo integrado de pragas. Ao incorporar variedades geneticamente modificadas resistentes a determinadas lagartas, os agricultores podem reduzir a incidência desses insetos nas lavouras.
No entanto, é crucial associar a biotecnologia a estratégias complementares, uma vez que a pressão evolutiva das pragas pode resultar em resistência a essas tecnologias.
Capacitação e conscientização
A disseminação de conhecimento é uma peça-chave no sucesso do manejo integrado de pragas do algodão. Agricultores bem informados podem adotar medidas proativas, desde a identificação correta de pragas até a implementação de estratégias de manejo.
Manejo antirresistência de pragas no algodão
A resistência das pragas aos métodos tradicionais de controle químico é uma realidade crescente. Nesse contexto, a diversificação de táticas é essencial.
Estratégias que busquem minimizar o desenvolvimento de resistência, como a rotação de ingredientes ativos e o uso de inseticidas seletivos, devem ser incorporadas ao manejo integrado.
Tecnologia avançada para o controle efetivo de todas as lagartas no algodão
Mesmo nos cenários mais desafiadores, a Syngenta apresenta ferramentas inovadoras para o controle das principais pragas do algodão. INFLUX® , um inseticida da Syngenta, destaca-se como uma solução avançada no controle de todas as lagartas na cultura do algodão.
Sua formulação combina benzoato de emamectina e lufenurom em sua formulação granulada dispersível (WG). Esses ingredientes ativos, cuidadosamente escolhidos, desempenham funções distintas:
obenzoato de emamectina age no sistema nervoso das pragas, enquanto;
o lufenurom, um inseticida regulador de crescimento, atua como inibidor da síntese de quitina, restringindo o crescimento e o desenvolvimento das lagartas.
Principais benefícios de INFLUX®:
Alta performance de choque e residual contra as lagartas
INFLUX® proporciona maior potência de controle e estabilidade prolongada na superfície da folha, permitindo melhor absorção e distribuição translaminar. A formulação Pepite promove homogeneidade das partículas, reduzindo a produção de poeira.
Tecnologia VISIQ™
Os ingredientes ativos são revestidos com uma camada fotoprotetora, preservando sua eficácia ao evitar a degradação causada pela radiação UV.
Funcionamento eficaz dos ativos
Benzoato de emamectina
É absorvido imediatamente nas folhas, por meio do movimento translaminar para o interior dos tecidos vegetais, garantindo assim proteção eficaz nas primeiras horas após a aplicação, com alta seletividade aos inimigos naturais e ação ovilarvicida.
Lufenurom
Altamente seletivo, atuando exclusivamente em lepidópteros. Tem como mecanismo de ação a interferência na síntese de quitina, inibindo o desenvolvimento das populações de lagartas. Além disso, conta com ação transovariana nas formas adultas, reduzindo a produção de ovos.
Eficiência no manejo de resistência de pragas
A combinação dos dois ativos proporciona uma ação robusta contra as principais lagartas do algodão, tornando INFLUX® uma solução eficaz para enfrentar os desafios de resistência de pragas e contribuindo para a sustentabilidade no manejo agrícola.
Confira o poder de INFLUX® no controle de todas as lagartas do algodão, da soja e do feijão:
A Syngenta está ao lado do produtor rural em todos os momentos, oferecendo as soluções necessárias para construirmos, juntos, um agro cada vez mais inovador, rentável e sustentável.
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