Brazil
October 8, 2007
O recurso foi destinado ao
Earthwatch Institute e ao já parceiro Fundo para Conservação da
Onça-Pintada
A Fundação Monsanto
disponibilizou US$ 420 mil para o
Earthwatch Institute,
organização voluntária internacional que apóia a pesquisa
científica e oferece ao público em geral oportunidades de
trabalhar junto a grandes cientistas e pesquisadores de campo.
Outros US$ 161 mil seguiram para o Fundo para Conservação da
Onça-Pintada, entidade-parceira que, em 2006, já havia recebido
US$ 83 mil para o início do trabalho de pesquisa e preservação
da onça-pintada, uma das espécies de carnívoros mais ameaçadas
do País.
De acordo com a gerente de Comunicação e Responsabilidade Social
da Monsanto, Cristina Rappa, "com a nova parceria com o
Earthwatch Institute, a empresa amplia seu apoio a iniciativas
de preservação do Cerrado, complementando ações de incentivo à
adoção de práticas conservacionistas naquela área com a educação
de fazendeiros e comunidade locais. Além disso, estende o
trabalho a outros biomas brasileiros, ao apoiar o trabalho
conduzido pelo Fundo para Conservação da Onça-Pintada, que
executa os projetos de pesquisa no campo".
Para John Jorgenson, diretor de Comunicação e Marketing do
Earthwatch Institute, o trabalho em parceria com o Fundo para a
Conservação da Onça-Pintada, que engloba, inicialmente, o
período de 2007 a 2010, traz a oportunidade aos produtores
rurais, escolas e líderes da comunidade de participarem na
pesquisa de campo no entorno do Parque Nacional das Emas, mais
especificamente na região do Corredor de Biodiversidade do rio
Araguaia. "Vamos recrutar pessoas dos diversos segmentos
envolvidos - meio ambiente, proprietários rurais, escolas - para
participarem de oficinas que ensinam as complexidades e demandas
do hábitat e sua relação com a agricultura. A idéia é fazer com
que esse público trabalhe com, entre outros, o biólogo Leandro
Silveira, presidente do Fundo para Conservação da Onça-Pintada,
que coleta dados para estudar o ecossistema e a conservação da
onça-pintada", explica. "O objetivo desse trabalho é examinar
populações da onça-pintada, compreendendo o movimento e as
necessidades desse mamífero dentro de áreas agricultáveis,
principalmente as de soja e milho", completa Jorgenson.
Projeto
Na primeira fase do projeto, segundo o diretor do Earthwatch,
serão escolhidos fazendeiros e líderes da comunidade, entre eles
professores, que irão contribuir na coleta de informações sobre
o impacto da agricultura sobre o hábitat da onça-pintada. "Eles
serão envolvidos no levantamento de dados sobre a movimentação
da espécie e coletarão dados através de armadilhas fotográficas,
entrevistas com outros fazendeiros, entre outros. Com os dados
levantados, formaremos a base para discussão na segunda fase do
projeto", declara Jorgenson.
Paralelamente a este trabalho, serão realizadas oficinas, nas
quais será possível trocar informações e experiências entre o
público participante do projeto e, assim, levá-las depois às
salas de aula, outras fazendas e comunidades no Cerrado,
auxiliando, assim, na preservação da onça-pintada e,
conseqüentemente, na própria biodiversidade do Cerrado.
Fundo para a Conservação da Onça-Pintada
A Fundação Monsanto apóia, desde 2006, o Fundo para a
Conservação da Onça-Pintada no trabalho de pesquisa e
preservação da onça-pintada, uma das espécies de carnívoros mais
ameaçadas do País. O recurso inicial de US$ 83 mil foi aplicado
no levantamento de informações históricas e atuais sobre a
distribuição da onça-pintada no Brasil, o que permitirá, através
desse mapeamento, traçar estratégias de conservação para a
espécie.
A nova verba à ONG, de US$ 161 mil, será destinada para o
desenvolvimento de uma pesquisa nos biomas Cerrado, Pantanal,
Amazônia e Caatinga, cuja base se dará sob o foco de um trabalho
educativo com pecuaristas e crianças de escolas locais em
relação às suas percepções sobre a onça-pintada e seu ambiente,
o que influencia diretamente na vontade de preservá-los ou não.
"Temos a tendência de proteger espécies que admiramos por serem
bonitas, fortes ou exóticas. Mas eliminamos espécies que
competem com os nossos interesses econômicos ou que tememos por
poder nos atacar ou até matar. A onça-pintada é uma das espécies
que causa as duas reações, sendo admirada por beleza e força e,
ao mesmo tempo, considerada um animal a ser eliminado porque
ataca rebanhos domésticos", explica Leandro Silveira, presidente
do Fundo.
De acordo com o biólogo, entender a relação entre a percepção
das pessoas sobre a onça-pintada e como a espécie utiliza áreas
de agricultura e pecuária será fundamental para desenvolver um
programa de educação ambiental, que mostrará o papel ecológico
da onça-pintada no seu ambiente. O biólogo acredita que as
entrevistas vão revelar os maiores conflitos locais entre os
homens e a onça-pintada e, nesse sentido, direcionar futuras
ações de manejo e conservação. "Por exemplo, onde existem
conflitos com pecuaristas por causa de predação de rebanhos
domésticos, futuras ações devem enfocar métodos para
minimizá-la, ao passo que onde a população local é o principal
competidor com a onça-pintada, por se alimentar das mesmas
espécies-presas, o esforço deverá ser direcionado em melhoria da
qualidade de vida e busca de novas fontes de alimentação para a
população local", esclarece.
Em um segundo passo, as informações levantadas serão usadas na
confecção de um livro, onde as próprias crianças serão
responsáveis pelas ilustrações. A idéia é utilizar as
informações científicas para ilustrar, sob a ótica e percepção
da criança, o ambiente do respectivo bioma e informar sobre os
aspetos mais importantes do comportamento e ecologia dos
mamíferos da região, tendo como foco principal a onça-pintada.
"Queremos distribuí-lo nas escolas locais, a fim de que seja
usado em um trabalho de educação ambiental", afirma Leandro
Silveira.
Preservação da biodiversidade do Cerrado
Pioneira no desenvolvimento de produtos com tecnologia de ponta
na área agrícola, a Monsanto busca soluções que proporcionem aos
agricultores melhor produtividade das lavouras, menores custos
de produção e alimentos mais saudáveis. Mas a empresa acredita
que tão importante quanto isso está o investimento em práticas
conservacionistas, que garantam a sustentabilidade dos recursos
naturais e, portanto, da própria produção agrícola.
Ao incentivar a adoção de práticas de agricultura sustentável,
como o plantio direto, a rotação de culturas e o uso racional de
agroquímicos, a Monsanto apóia e estimula a preservação do
Cerrado, entre outras importante regiões agrícolas brasileiras.
Em Goiás, na região de Cavalcanti, a Monsanto colaborou com a
implantação da Reserva Natural Serra do Tombador, uma área de
8.700 hectares que tem como objetivo garantir uma faixa de
proteção até o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros.
* Earthwatch Institute
Fundado em 1971, o Earthwatch tem como missão envolver as
pessoas, no mundo inteiro, com a pesquisa de campo e educação
científicas para promover o entendimento e a ação necessários
para um meio ambiente sustentável. Outras informações no
www.earthwatch.org.
* Fundo para a Conservação da Onça-Pintada
O Fundo para a Conservação da Onça-Pintada foi criado em junho
de 2002 e tem como missão conservar a onça-pintada, suas presas
naturais e seus hábitats ao longo de sua área de distribuição,
assim como promover sua coexistência pacífica com o homem. É a
primeira e única ONG dedicada especificamente a conservação da
onça-pintada no Brasil. Com sede na região do Parque Nacional
das Emas, em Goiás, onde se encontra a base de pesquisa com a
espécie no Cerrado, a ONG também desenvolve estudos nos biomas
Pantanal, Caatinga e Amazônia, abordando aspectos ecológicos,
epidemiológicos, genéticos e mantendo um programa de
monitoramento em longo prazo das populações de onças-pintadas
estudadas em cada bioma. |
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