A
intensificação do movimento de comércio internacional entre
países industrializados se expande a cada ano. De acordo com
o Relatório Estatístico publicado pela Organização Mundial
de Comércio (OMC) em abril de 2006, o comércio internacional
de mercadorias cresceu 6% em 2005, sendo que as exportações
brasileiras de serviços no ano passado foram de US$ 14,9
bilhões contra US$ 11,6 bilhões em 2004, o que representa um
crescimento de 28,4%. No agronegócio o crescimento foi de
2,8% para 3,9% no mesmo período.
Apesar do
esforço na utilização de embalagens para acondicionar e
proteger de forma adequada os produtos que estão sendo
transportados, essas embalagens, em muitos casos, são feitas
de madeira sólida ou de aglomerados e compensados de
madeira, que podem resultar na entrada de pragas de madeira
que ainda não existem no Brasil. Essas pragas, que incluem
vírus, fungos, algas, liquens e samambaias dentre outros,
podem atacar, além das madeiras que compõem as embalagens,
árvores vivas de espécies nativas ou importadas,
constituindo-se em ameaças para a diversidade florestal
brasileira.
Por esses
e outros problemas foi internalizada no Brasil, a NIMF 15
(Norma Internacional de Medidas Fitossanitárias nº 15), que
estabelece exigências quanto ao tratamento e certificação
fitossanitária das embalagens e suportes de madeira
utilizados para acondicionamento de mercadorias de qualquer
natureza, tanto na importação quanto na exportação, com o
objetivo de se evitar a introdução e disseminação de pragas
florestais quarentenárias nos países. Quem não cumprir as
normas estabelecidas está sujeito a ter a mercadoria
retirada do país de destino.
Para não
prejudicar o desenvolvimento do país, as demandas de
pesquisa e inovação tecnológica em fitossanidade aumentam
gradativamente. O trabalho da
Empresa Brasileira de
Pesquisa Agropecuária-Embrapa tem sido fundamental na
inspeção de materiais, com a criação da Rede de Sanidade
Vegetal, formada por diversas instituições, que tem como
objetivo detectar a vulnerabilidade da agricultura
brasileira e aperfeiçoar métodos de controle para impedir a
entrada de pragas e doenças agrícolas no país, bem como,
diminuir o impacto daquelas presentes nas áreas de produção
agrícola. A Rede é coordenada pela Embrapa Recursos
Genéticos e Biotecnologia, uma das 40 unidades da Embrapa e
conta com a participação de outras 16 unidades, além de
empresas e universidades.
As
informações apuradas sobre as pragas facilitam as
justificativas de medidas técnicas, cooperando para
minimizar interferências injustificadas durante as
transações comerciais. Todos os países necessitam de
relatórios sobre a situação de ocorrência das pragas em seus
sistemas produtivos, que devem ser tecnicamente
justificadas, baseadas em relatórios considerando o nível de
risco.