Brasil
May 13, 2005
Castigada pela seca nos estados da
Região Sul do país, a produção agrícola brasileira terá uma
redução de 5,4 milhões de toneladas (4,6%) na temporada 2004/05,
em comparação com 2003/04. Com isso, a safra deve ficar em 113,7
milhões de toneladas de grãos, contra as 119,1 milhões de
toneladas colhidas no período anterior.
Os números constam da quarta estimativa de safra, divulgada hoje
(12/05) pela Companhia
Nacional de Abastecimento (CONAB). O novo levantamento foi
realizado pelos técnicos da empresa entre 25 e 29 de abril
passado. Eles consultaram cerca de 1.870 informantes em 612
municípios das principais regiões produtoras.
Se comparado com a estimativa de
dezembro, que apontava uma colheita de 131,9 milhões de
toneladas, o resultado é ainda mais negativo. Nesse caso, a
redução chega a 18,2 milhões de toneladas (13,8%). Apesar da
queda na produção, a área plantada cresceu em 2,3%, passando de
47,3 para 48,4 milhões de hectares.
“As culturas de soja e milho foram
as mais prejudicadas pelos problemas climáticos”, avaliou o
presidente da Conab, Jacinto Ferreira. Em compensação, destacou,
a produção de arroz deve aumentar em 564,9 mil toneladas (4,5%),
chegando ao recorde de 13,1 milhões de toneladas, contra as 12
milhões de toneladas previstas em dezembro.
Carro-chefe das exportações
brasileiras do agronegócio nos últimos anos, a soja deve ter uma
safra de 50,195 milhões de toneladas - um aumento de 402,7 mil
de toneladas em comparação com as 49,792 milhões de toneladas de
2003/04. Porém, em relação à previsão de dezembro, de 61,4
milhões de toneladas, a quarta estimativa apresenta uma queda de
18,3% (11,2 milhões de toneladas).
A produção de milho também
apresenta redução. Depois de colher 42,1 milhões de toneladas em
2003/04, o Brasil deve ter uma safra 36 milhões de toneladas em
2004/05, segundo os dados divulgados pela Conab. Isso representa
uma queda de 6,1 milhões de toneladas. Contudo, assinalou
Ferreira, o país não terá problemas de abastecimento, pois
dispõe de estoque para atender o mercado interno. |