A ferrugem asiática está sob
controle na Bahia. Foi o que comprovou uma missão do
Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) após vistoria
realizada nas principais áreas produtoras de soja no Oeste do
Estado. Acompanhados de técnicos da Agência de Defesa
Agropecuária da Bahia (Adab), a equipe visitou, na semana
passada, os municípios de Barreiras e Luís Eduardo Magalhães,
onde pôde observar que os produtores seguiram as instruções
apontadas pelas pesquisas.
“Com as medidas corretas que
adotamos de combate à praga, estamos colhendo agora uma safra
recorde de 2,4 milhões de toneladas de soja e com um dos índices
mais altos de produtividade já observados no país, de 2.760
quilos por hectare”, explica o secretário de Agricultura da
Bahia, Pedro Barbosa de Deus. Segundo ele, todas as
recomendações técnicas de controle da ferrugem foram adotadas
pelos produtores, o que impediu a progressão da praga. Nesta
safra, por exemplo, o fungo não foi detectado em locais onde
havia se manifestado em anos anteriores.
Durante a Passarela da Soja, no
último final de semana, no município de São Desidério, a Adab
apresentou Programa Estratégico de Manejo da Ferrugem Asiática
da Soja no Oeste da Bahia, juntamente com o Programa SOS Soja.
Os dois projetos têm como finalidade harmonizar procedimentos
para todas as regiões produtoras de soja do Brasil e são
iniciativas que reúnem empresas privadas, associação de classe e
órgãos públicos, no denominado Consórcio Nacional Antiferrugem.
Na oportunidade, foram divulgadas ainda tecnologias e pesquisas
desenvolvidas na região, além de novas variedades da oleaginosa.
Referência nacional
Segundo o diretor Geral da Adab,
Luciano Figueiredo, em sua primeira etapa (safra 2003/2004), o
Programa Estratégico de Manejo da Ferrugem Asiática da Soja,
obteve resultados excelentes em relação ao controle da praga. “A
Bahia recuperou o teto de produção e viramos referência
nacional". Na ocasião, foram realizados treinamentos para a
capacitação de produtores e técnicos na identificação em tempo
hábil da doença nos municípios de Barreiras, Luís Eduardo
Magalhães, Bela Vista, Placas, Roda Velha, São Desidério,
Rosário e Correntina.
Já para esta segunda etapa, os
procedimentos adotados pelo Consórcio compreenderam a instalação
dos ensaios em rede, de armadilhas para detecção da ocorrência
da praga, além da atualização periódica do sistema de alerta da
Embrapa Soja e demais sites de instituições parceiras do
programa. De acordo com o diretor de Defesa Sanitária Vegetal da
Adab, Cássio Peixoto, foram distribuídas ainda lupas de aumento
para identificação em campo da ferrugem, além de informativos e
boletim técnico de ensaios realizados na safra 2003/04. "Além
disso, os laboratórios de diagnose rápida da doença foram
equipados com computadores e microscópio, juntamente com as
Unidades de Vigilância Epidemiológica que funcionarão nas
regiões de Rosário, Roda Velha, Ouro Verde, Luís Eduardo
Magalhães e em Barreiras", afirmou Peixoto.
As Unidades contarão com o apoio
de empresas privadas na contratação e treinamento de agrônomos
para permanecerem nos laboratórios durante toda a safra.
Ainda de acordo com Peixoto, seis
estações meteorológicas foram instaladas para monitoramento
climático em áreas experimentais do Programa. Segundo ele, os
dados obtidos ao final da safra serão encaminhados à Embrapa
Soja e Universidade Estadual de Londrina para elaboração de
sistema de alerta climático, com a finalidade de avisar ao
produtor os períodos de maior probabilidade de ocorrência da
praga na região.