Brasília, Brazil
March 5, 2004
Repórter da
Agência Brasil
A soja
transgênica resistente a herbicida pode ser uma alternativa
interessante para o agricultor americano que pretende iniciar a
conversão para o sistema orgânico. A afirmação foi feita pelo
pesquisador Doug Karlen, do
Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, que
apresentou os resultados do seu trabalho na VII Conferência
Mundial de Pesquisa de Soja, que se realiza em Foz do Iguaçu
(PR). Karlen disse que as plantas daninhas são um dos principais
fatores limitantes à produtividade do grão no sistema orgânico.
“Com a soja transgênica é possível reduzir bastante o banco de
sementes de plantas daninhas, ajudando a limpar a área”, explica
Karlen. Seus estudos indicam que após o plantio da soja
geneticamente modificada, pode ser iniciado o plantio de
leguminosas ou plantas de cobertura e forrageiras, como a
alfafa, já sem o uso de agrotóxicos. A transição dura então três
anos, até que o produtor obtenha a certificação orgânica.
O pesquisador apresentou uma panorama da agricultura orgânica
nos Estados Unidos, com destaque para a rotação de culturas.
Segundo as normas de certificação americana, em cinco anos, a
cultura principal deve ser plantada no máximo três vezes. “O uso
de forragem é muito importante para renovar o nitrogênio”,
explica, acrescentando que a maioria das propriedades orgânicas
incluem também a criação de animais.
Os pesquisadores também desenvolvem uma soja específica para
consumo como vegetal. A planta, que tem cerca de 2 metros de
altura, produz grandes sementes, que devem ser colhidas ainda
verdes. (Ascom Embrapa) |