Brasília,
Brazil
June 12, 2004
Adriano
Gaieski
Repórter da Agência
Brasil
A partir de agora a soja destinada diretamente ao consumo humano
ou animal terá de adotar padrões de qualidade com tolerância
zero, para a presença de partículas com suspeita de
contaminação. No caso dos grãos destinados ao processamento e à
exportação, será permitida a presença de uma partícula tóxica
por quilo de soja, em uma média ponderada. Estes são os
principais pontos da Instrução Normativa Nº 15, do Ministério da
Agricultura, que estabelece os procedimentos para qualificar e
quantificar a presença de partículas com contaminação tóxica
desconhecida, grãos mofados e insetos mortos, impurezas ou
matérias estranhas. As novas regras foram publicadas hoje no
Diário Oficial da União.
Conforme o secretário de Defesa Agropecuária, Maçao Tadano, isto
muda a responsabilidade de toda a cadeia da soja e até a
consciência do consumidor. “Nós temos que adotar medidas tanto
internas como externas. Aquilo que nós não queremos para
terceiros, não podemos querer para nós próprios”, afirma o
secretário. Ele destaca também que as novas regras brasileiras
são extremamente rigorosas.
“Duas vezes mais que as dos Estados Unidos sobre o assunto”,
completa Girabis Evangelista Ramos, diretor do Departamento de
Inspeção de Produtos de Origem Vegetal, do Ministério da
Agricultura.
Conforme a instrução normativa, ocorrendo a presença acidental
de partículas tóxicas em quantidade superior a uma por quilo, na
média ponderada, a carga será retida para coleta de amostras e
exames laboratoriais. O material será submetido à averiguação,
se está dentro dos limites máximos de resíduos, como determina o
Codex Alimentarius, do Fundo das Nações Unidas para a
Agricultura e Alimentação.
Caso os resultados dos exames superem os limites, o lote de onde
vieram as amostras não poderá ser comercializado. Assim deverá
ser rebeneficiado para enquadrar-se nos limites legais ou
destinado a outro fim, mediante autorização específica do
Ministério da Agricultura.
Hoje o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, enviou um
ofício à Embaixada da China, solicitando que o Ministério da
Quarentena daquele país revise seus critérios e exigências para
a importação da soja brasileira. O ministro mostrou-se muito
preocupado, pois os chineses não estariam usando os mesmos
critérios rigorosos, adotados em relação ao Brasil, com outros
países exportadores. Desde abril, os chineses recusaram 239 mil
toneladas de soja do Brasil, alegando contaminação das cargas
por sementes tratadas com agroquímicos.
Brazil
defines norms for soybean exports
The Minister of Agriculture, Roberto
Rodrigues, signed a Normative Order establishing technical
procedures and tolerance levels for mixtures of treated or toxic
seeds, impurities, foreign materials, and humidity with
salubrious soybeans.
The rules will apply to both domestic sales and exports.
Proportional samples will be permitted to contain only one
"contaminated" grain per kilogram. Moreover, "the portion will
be kept for laboratory analysis and confirmation of possible
tolerance, as part of this analysis," the Minister affirmed,
emphasizing that this is the number one rule in the new norms.
The second point, according to the Minister, is that rules
stipulated in contracts between countries "will have precedence
over this decision: If more than one grain per kilo is
tolerated, there will be no problem; if less, the language of
the contract will prevail." All samples containing over one
contaminated grain will be submitted to laboratory analysis, he
added. From then on it will depend upon the contract between
exporter and importer.
CONTRACTS
With the new rule, the government acquires the power to monitor
the fulfillment of contracts both domestically and abroad. "The
Normative Decree establishes a clear position on the part of the
Brazilian government vis-á-vis our private sector. What is
certain is that more than one contaminated grain will cause the
shipment to be retained, and sale will be forbidden." The
Minister also remarked that the formulation of the norm was only
possible after many negotiations with the private sector, and
"it is our expectation that the country will be able to meet
this requirement."
The measurement of indexes of soybean contamination is conducted
by international certifiers from the conveyer belts which embark
the product for exportation in the ports. In every 5 thousand
tons, a batch of 20 kilos is withdrawn. This volume yields a
one-kilo sample, which is used for the inspection.
The Ministry of Agriculture's action follows China's refusal to
accept Brazilian soybeans on the grounds of supposed
contamination. In the past 40 days four soybean shipments, three
from Rio Grande do Sul and one from Santos (SP), were rejected
by Chinese importers.
The Minister of Agriculture, Livestock, and Supply, Roberto
Rodrigues, sent an official correspondence to the Chinese
Embassy in Brasília informing the measures adopted by the
Ministry for soybean exports and asking the Chinese government
to reevaluate its criteria for the classification of soybean
imports.
Reporter: Adriano Gaiesky
Translator: David Silberstein |