Brazil
April 7, 2023
Como parte das iniciativas da nova diretoria da Associação Brasileira de Tecnologia de Sementes (Abrates), conduzida pelo presidente Dr. Fernando Henning, o Dr. Laércio Junio Silva, professor do Departamento de Agronomia da Universidade Federal de Viçosa, assumiu a função de editor-chefe do Journal of Seed Science (JSS). Com estágio pós-doutoral no Millennium Seed Bank (Inglaterra), Laércio já atuava como editor associado do JSS e revisor de artigos de diversas revistas nacionais e internacionais.
O JSS é uma publicação oficial da Abrates, destinada a divulgar trabalhos científicos originais sobre Ciência e Tecnologia de Sementes e áreas correlatas.
De abrangência internacional e formato totalmente on-line, o JSS alcançou um nível bastante elevado de qualidade, sendo que o último fator de impacto, publicado em 2021 foi de 1,436.
Nesta entrevista, Laércio Junio Silva destaca a qualidade editorial do periódico científico e fala sobre as novidades para os próximos dois anos. Confira!
O que os autores podem esperar do JSS nos próximos dois anos em que o senhor estará à frente da publicação na função de editor-chefe?
Esperamos dar sequência ao excelente trabalho realizado pelas editoras Dra. Denise Dias e Dra. Gilda Pizzolante. O JSS alcançou um nível bastante elevado de qualidade, sendo que o último fator de impacto, publicado em 2021 foi de 1,436. A meta é aumentar o FI (Fator de Impacto) da revista nas próximas avaliações e para isso serão mantidos os critérios rigorosos de seleção dos artigos que irão tramitar e que serão avaliados pelos pares. Atualmente são selecionados para tramitação artigos originais relevantes, que abordem temas atuais e que tragam contribuição para o avanço do conhecimento na área de sementes. Esses critérios serão mantidos.
Está entre suas propostas tentar fazer com que a divulgação cientifica tenha maior visibilidade? Como isso pode ser feito?
O JSS se destaca como uma das revistas mais importantes da área de sementes e por isso é amplamente conhecida pela comunidade científica. Hoje a secretaria do JSS também utiliza as redes sociais para divulgar os principais resultados dos artigos divulgados no Journal. Assim, penso que esse trabalho já vem sendo realizado pela revista ao longo dos últimos anos. Acredito que essa tendência se manterá no futuro, pois as redes sociais são amplamente utilizadas e, se bem utilizadas, podem ser um excelente canal de comunicação com todo o público ligado ao setor de sementes.
Quais as vantagens de se publicar em um periódico indexado, como o JSS que tem oito indexadores?
Os indexadores são bases de dados que reúnem informações sobre as principais revistas científicas das diferentes áreas. As vantagens em publicar em um periódico indexado é a visibilidade internacional que os indexadores podem proporcionar, como por exemplo o Web of Science, que é um dos indexadores mais importantes mundialmente e ao qual o JSS passou a ser indexado a partir de 2016. Os critérios utilizados para que as revistas possam ser indexadas são bastante rigorosos e isto significa que o JSS tem um elevado padrão de qualidade, assim como os artigos publicados, além de refletir na credibilidade e visibilidade da revista.
O senhor pretende fazer convites a alguns autores para publicações de temas especiais?
Sim, consideramos interessante termos este tipo de publicação, que agregue o conhecimento científico acerca de algum tema relevante em um artigo de revisão. Diversos temas atuais, como por exemplo os que envolvem novas ferramentas e tecnologias para a avaliação da qualidade de sementes, como análise de imagens, inteligência artificial, espectroscopia, merecem uma publicação específica no JSS.
Existe um número limite de publicações a serem divulgados durante o ano?
Não existe um limite, mas a média de artigos publicados nos últimos três anos foi de 44 artigos (anualmente). Esse patamar vem sendo mantido em função do número de submissões recebidas que não tem se alterado muito e a taxa de aceite de artigos que também vem se mantendo. Em geral, o número de artigos publicados a cada ano, considerando os últimos 5 anos, tem oscilado entre 40 e 46 artigos.
Embora seja pouco entendida pela população leiga, a produção científica pode ter uma linguagem mais acessível e compreensível?
Acredito que devam ser explorados os veículos de comunicação disponíveis para isso. Os artigos científicos devem manter os padrões técnicos de publicação científica, mas os resultados obtidos com as pesquisas podem ser difundidos por meio das mídias sociais, utilizando linguagem acessível para o público leigo, mas visando principalmente que essa informação chegue ao público interessado, ligado à área de sementes.
Como incentivar a Ciência no Brasil?
Penso que isso depende das políticas públicas governamentais, principalmente ligadas ao financiamento das pesquisas científicas. O recente aumento nos valores das bolsas para os estudantes já torna mais atrativo para os jovens graduados ingressarem na pós-graduação, principal meio de realização de pesquisas científicas nas universidades. Outra estratégia poderia ser o fortalecimento dos incentivos à iniciativa privada, como é feito por meio da Lei de Incentivo à Pesquisa, que merece ser mais amplamente divulgada e utilizada, bem como, a Lei nº 13.243/2016, também conhecida por Marco Legal da Ciência, Tecnologia e Inovação, que vem criando um ambiente mais favorável à pesquisa, desenvolvimento e inovação nas instituições, de forma a contribuir fortemente para o desenvolvimento econômico e social do País.
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