Brazil
May 25, 2009
 |
TMG 801 e TMG
803 são as variedades resistentes à ferrugem
asiática |
A Fundação de
Apoio à Pesquisa Agropecuária de Mato Grosso, Fundação
MT, empresa mato-grossense, com sede no município de
Rondonópolis (há 220 quilômetros de Cuiabá), que há 15
anos contribui com o desenvolvimento do agronegócio do
estado, desenvolveu tecnologia inédita no mundo: a soja
Inox. A alusão ao tipo de aço que não enferruja, usado
para produzir talheres, panelas, baixelas,
eletrodomésticos, na indústria automotiva e em geral,
indica para que serve a tecnologia: não permitir que as
plantas adoeçam por causa da ferrugem asiática,
principal doença da sojicultura e que há oito safras
tira o sono do produtor rural.
Desde quando a doença apareceu no país, na safra
2001/2002, pesquisadores do Programa de Melhoramento
Genético de Soja da Fundação MT e da Tropical
Melhoramento Genético, TMG (empresa parceira da Fundação
MT), se empenharam para identificar genes resistentes à
ferrugem asiática. Assim como estas duas empresas foram
capazes de desenvolver tecnologia para o controle de
outras doenças, de problemas que acometiam a agricultura
mato-grossense, os pesquisadores da Fundação MT e da
TMG, dedicaram-se e empenharam-se para atender no menor
espaço de tempo possível uma necessidade local, dos
produtores mato grossenses que produzem alimento para a
população mundial.
“Uma das vantagens da Fundação MT ter sua sede, centros
de pesquisas, unidades demonstrativas, espalhados nas
regiões produtoras de Mato Grosso é a identificação
eficiente de problemas nas lavouras. Desta forma,
conhecendo as necessidades do produtor, trabalhamos e
agimos localmente. O nosso foco é atender em tempo real,
com muita eficiência. Há 15 anos melhoramos a vida das
pessoas através do desenvolvimento tecnológico”, afirma
Hugo de Carvalho Ribeiro, presidente da Fundação MT.
Após sete anos de trabalho de pesquisa, em tempo recorde
(pesquisas convencionais levam em média 15 anos para
desenvolver uma variedade), a tecnologia Inox foi
lançada. No primeiro momento, na safra 2008/2009 para
produtores de sementes, para que os mesmos
multiplicassem a soja Inox para em seguida, no segundo
momento, na safra 2009/2010, aos produtores de grãos
para fazerem uso da tecnologia.
O fungo causador da ferrugem, Phakopsora pachyrhizi,
ocasionou até hoje prejuízos de mais de US$ 10,0 bilhões
no Brasil. Muitas lavouras de soja foram dizimadas.
Muitos produtores passaram noites e noites sem dormir e
sem saber como controlar a doença. E mais uma vez a
Fundação MT, juntamente com a TMG, conseguiu dar à
classe produtora a solução para um problema no campo e
assegurar a produtividade das lavouras de soja do Mato
Grosso. Diante do gravíssimo problema, o lançamento da
soja Inox significa uma revolução no setor agrícola e
que refletirá para as áreas econômicas e sociais no
estado e em todo país.
“O cultivo da soja pode ser dividido em antes e depois
da ferrugem, haja vista os danos provocados por esta
doença. E a população de Mato Grosso tem mais um motivo
para sentir orgulho do que é produzido por pessoas que
contribuem com o desenvolvimento do estado. Aliás, o
Brasil todo pode se orgulhar por ter uma empresa
nacional que desenvolveu tecnologia inédita no mundo”,
diz o presidente da Fundação MT.
À principio a tecnologia Inox é adaptada para o cerrado.
Mas os pesquisadores da Fundação MT e da TMG já estão
trabalhando para desenvolverem variedades resistentes à
ferrugem adaptadas para plantio em mais estados
brasileiros e até em outros países. Pois já há interesse
de países produtores de soja da América do Sul, onde há
incidência da ferrugem, como a Bolívia, o Paraguai e a
Argentina.