Brasília, Brazil
January 15, 2009
Em visita à Embrapa,
representantes do Genok - Centro de Biossegurança enfatizam a
importância de difundir e harmonizar as metodologias de
biossegurança em todos os continentes.
Representantes da
Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, uma das 41
unidades da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária –
Embrapa, e do Genok – Centro
de Biossegurança, localizado na cidade de Tromso, Noruega, estão
reunidos hoje e amanhã na sede da Unidade em Brasília, DF, para
discutir linhas de cooperação técnica na área de biossegurança
de organismos geneticamente modificados – OGMs. O chefe-geral da
Unidade, Mauro Carneiro, apresentou hoje pela manhã o programa
de pesquisa e desenvolvimento para os especialistas noruegueses.
A Embrapa é uma das empresas pioneiras no Brasil em atividades
relacionadas à biossegurança de organismos geneticamente
modificados – OGMs. Mesmo antes da aprovação da primeira versão
da Lei de Biossegurança no Brasil, em 1995, a Empresa já
participava das discussões acerca deste assunto no país e no
exterior, visando intensificar a discussão e definir estratégias
para avaliação de riscos inerentes à introdução desses
organismos na alimentação e no ambiente.
Nas últimas décadas e com a crescente demanda de desenvolvimento
de OGMs, a Embrapa vem investindo no treinamento de seus
cientistas na área de biossegurança. O objetivo é capacitar
esses profissionais em metodologias científicas relacionadas à
avaliação da segurança alimentar e ambiental dos OGMs
desenvolvidos pela Embrapa, atendendo prioritariamente ao
sistema legal brasileiro, e também aumentar a percepção pública
acerca deste assunto no Brasil.
O conhecimento adquirido pelos especialistas da Embrapa e a sua
importância no cenário científico e social brasileiro
despertaram a atenção dos diretores do Genok, que procuraram a
Empresa para formalizar um programa de parceria técnica nessa
área. O Genok - Centro de Biossegurança é uma fundação de
pesquisa independente, sem fins lucrativos, fundada em 1998, com
sede provisória na Universidade de Tromso, Noruega, que tem como
principais objetivos desenvolver metodologias científicas para
garantir a segurança alimentar e ambiental da utilização de OGMs
e investir em capacitação, treinamentos e outras atividades
nessa área.
Biossegurança nos cinco continentes
Segundo o diretor-geral do Centro, Trond Skotvold, o objetivo é
assessorar o governo e as indústrias norueguesas no
desenvolvimento de produtos geneticamente modificados dentro das
normas de biossegurança. Segundo ele e o diretor-científico,
Tarje Traavik, que também está presente à reunião, as parcerias
internacionais são fundamentais, já que permitem a troca de
experiências em termos científicos, envolvendo informações
obtidas a partir de testes de campo com OGMs além de
metodologias científicas de avaliação de riscos.
O Genok já mantém parcerias com países europeus, China, Zâmbia e
Nova Zelândia e o objetivo agora é expandir essa cooperação para
a América Latina, através da Embrapa. “As parcerias nos permitem
avaliar e comparar dados ambientais e de campo em vários países
diferentes, o que é muito positivo para difundir e harmonizar os
estudos com organismos geneticamente modificados. Por isso,
pretendemos manter parceiros em todos os cinco continentes”,
ressaltaram os diretores.
Segundo as pesquisadoras Eliana Fontes e Débora Pires,
especialistas em biossegurança de OGMs na Embrapa, a Embrapa
Recursos Genéticos e Biotecnologia é a Unidade ideal para
iniciar essa parceria no Brasil, já que alia pesquisas de
conservação de recursos genéticos a tecnologias de ponta na área
de transgenia e genômica, entre outras.”É claro que esse é o
primeiro passo. Pois, com o tempo, a cooperação vai envolver
outras unidades da Embrapa, universidades e instituições de
pesquisa estaduais e nacionais no Brasil”, enfatiza.
Durante esses dois dias, como explicam as pesquisadoras, serão
definidas as linhas de pesquisa que vão nortear a cooperação
entre a Embrapa e o Genok, mas provavelmente o foco será em duas
áreas: a primeira é a de ecologia, que envolve estudos
ambientais de análise de riscos da liberação de OGMs,
considerando os impactos positivos e negativos da introdução de
organismos transgênicos no ambiente, e a segunda é a de
caracterização genética, baseada na utilização de modernas
ferramentas para conhecer a fundo a estrutura molecular de
espécies vegetais de importância agrícola. O conhecimento
genético-molecular das plantas é fundamental para desenvolver
metodologias mais eficientes de conservação, além de gerar
informações biológicas para garantir a sustentabilidade
produtiva dos recursos genéticos vegetais. |
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