Brazil
December 12, 2008
O Consórcio Antiferrugem
contabilizou, até o momento, a ocorrência da ferrugem asiática
da soja em três estados brasileiros: Goiás, Paraná e Mato
Grosso. O primeiro foco da safra brasileira 2008/09 foi
confirmado no dia 18 de novembro, em Senador Canedo, GO. O foco
foi encontrado em uma Unidade Alerta da Agência Rural, na
cultivar Monsoy 6101. Unidades de Alerta são parcelas semeadas
logo após o término do vazio sanitário ou canteiros de teste de
germinação.
No dia 1º de dezembro, em Araruna, PR, foi confirmado um foco em
plantas de soja voluntária (plantas originárias dos grãos caídos
no solo). O foco foi encontrado pela COOPERMIBRA/INTEGRADO na
cultivar CD 219 RR. A ocorrência mais recente de ferrugem foi
constatada no último dia 4 de dezembro, em Canarana, MT. O foco,
encontrado em uma Unidade de Alerta, foi confirmado pela
Fundação MT. Em todos os casos, as lavouras estavam em estádio
R5 (formação de grãos).
O aparecimento dos focos de ferrugem nesta safra teve início na
mesma época do que em safras passadas. “Dezembro e janeiro são
os meses com o maior número de relatos de ferrugem, devido ao
fato da soja entrar no estádio de florescimento, fase mais
favorável para infecções, e também porque é maior a freqüência
de chuvas, o que facilita o desenvolvimento da doença”, explica
Cláudia Godoy, coordenadora técnica do Consórcio Antiferrugem e
fitopatologista da Embrapa
Soja.
A partir do florescimento das plantas, os produtores devem
redobrar a atenção no monitoramento das lavouras e ficar atentos
para a ocorrência de casos de ferrugem nas regiões próximas aos
locais de aparecimento dos focos. “É importante realizar, no
mínimo, duas vistorias por semana. Em caso de dúvida, as folhas
coletadas devem ser enviadas a laboratórios para análise da
presença ou não do fungo nas lavouras”, explica a pesquisadora.
O mapa com a evolução da doença durante a safra e as indicações
de laboratórios para auxiliar a diagnose encontram-se
disponíveis no site do Consórcio Antiferrugem (www.consorcioantiferrugem.net).
De acordo com o pesquisador da Embrapa Soja, Rafael Soares, a
aplicação de fungicidas para o controle da doença pode ser feita
a partir da detecção de sintomas iniciais na lavoura, na região,
ou mesmo preventivamente. “É preciso levar em conta os fatores
necessários para o aparecimento da ferrugem (presença do fungo
na região, idade das plantas e condição climática favorável), a
logística de aplicação (disponibilidade de equipamentos e
tamanho da propriedade), a presença de outras doenças e o custo
do controle”, avalia o pesquisador.
O número e a necessidade de re-aplicações de fungicidas dependem
do estádio de desenvolvimento da soja em que foi identificada a
doença e também do período residual dos produtos. Os
pesquisadores alertam que o atraso no controle da doença, após
constatados os sintomas iniciais, pode acarretar em redução de
produtividade, caso as condições climáticas favoreçam o
progresso da doença. |
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