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Policiais ficam de prontidão nas imediações de fazenda de transgênicos ocupada no Paraná

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Curitiba, Brazil
October 22, 2007

Lúcia Nórcio, Agência Brasil

A Secretaria de Segurança Pública do Paraná determinou que policiais fiquem de prontidão nos próximos dias nas imediações da fazenda experimental de transgênicos da multinacional Syngenta Seeds, no cinturão de proteção ecológica do Parque Nacional do Iguaçu, em Santa Tereza do Oeste. No local, duas pessoas morreram num conflito ocorrido ontem (21), entre seguranças e trabalhadores rurais, e três seguranças e seis integrantes da Via Campesina ficaram feridos.

A área da Syngenta foi reocupada na manhã de domingo por cerca 150 pessoas da Via Campesina. O campo de experimento da empresa havia sido ocupado pelos camponeses em março de 2006, para denunciar o cultivo ilegal para reprodução de sementes transgênicas de soja e milho. Em julho deste ano, as 70 famílias desocuparam a área, se deslocando para um local provisório no assentamento Olga Benário, também em Santa Tereza do Oeste.

Segundo a assessoria do MST - já que os integrantes do movimento não estão autorizados a dar entrevistas por medida de segurança - eles chegaram à fazenda e liberaram os homens que faziam guarda no local, não mantendo nenhum refém como chegou a ser divulgado pela imprensa. Na reocupação, os trabalhadores rurais soltaram fogos de artifício e os seguranças, abandonaram o local.

Em nota divulgada na noite de ontem (21), a Via Campesina informou que "por volta da 13h30, um micro ônibus parou em frente ao portão de entrada e uma milícia armada com aproximadamente 40 pistoleiros desceu atirando em direção as pessoas que se encontravam no local. Os pistoleiros arrombaram o portão, executaram o militante com dois tiros, balearam outros cinco agricultores e espancaram Isabel do Nascimento de Souza, que se encontra hospitalizada gravemente ferida".

O chefe do Comando de Policiamento do Interior, coronel Celso José Mello, disse à Agência Brasil que a violência não é o padrão de comportamento dos movimentos sociais do Paraná, e classificou o episódio de “lamentável”. Segundo ele, as apurações serão rigorosas tanto das atitudes da Via Campesina, quanto dos seguranças da fazenda.


Ele afirmou que a polícia já ouviu os envolvidos, entre eles nove integrantes da Via Campesina, e já começaram as investigações para saber o que realmente aconteceu. “No local foram encontrados várias marcas de tiros. Agora estamos analisando os projéteis para identificar de quais armas partiram”.

O comandante não quis comentar a denúncia feita pelo movimento de que a Syngenta contratava serviços de segurança para atuar de forma irregular na região articulados com a Sociedade Rural da Região Oeste (SRO) e o Movimento dos Produtores Rurais (MPR). “Isso será investigado”.

Em nota divulgada ontem (21) a Syngenta "lamenta profundamente o incidente ocorrido" e informou que está colaborando com as autoridades locais na apuração do que de fato ocorreu na unidade. No texto, reforçou que sua política global determina que "não se use força ou armas para proteger suas unidades". Hoje (22) a empresa ainda não se manifestou.


O corpo do segurança Fábio Ferreira, 25 anos, morto durante o confronto está sendo velado na capela mortuária de Santa Tereza do Oeste, onde deve ser sepultado hoje à tarde, e o militante da Via Campesina, Valmir Mota, também morto durante a troca de tiros na área da multinacional, está sendo velado no Assentamento 1º de Agosto, em Santa Tereza do Oeste.
 


Brasília, Brazil
October 21, 2007

Julio Cruz Neto, Agência Brasil

Via Campesina denuncia existência de milícia armada no Paraná

A Via Campesina diz haver indícios de que a empresa de segurança da multinacional Syngenta Seeds é “contratada de fachada”, e que funcionários são contratados “de forma ilegal, formando uma milícia armada que atua praticando despejos violentos e ataques a acampamentos na região”.

Um desses “ataques”, ocorrido hoje (21) em Santa Tereza do Oeste, no Paraná, resultou num confronto que causou a morte de duas pessoas, um militante do movimento (Valmir Mota) e um segurança (Fábio Ferreira). Outras ficaram feridas, algumas em estado grave.

A Via Campesina informou, através de nota oficial, que na última quinta-feira a denúncia da atuação de milícias armadas na região foi reforçada durante audiência pública em Curitiba. O movimento cobra da Justiça a apuração do fato ocorrido hoje.

A área da Syngenta, de onde famílias da Via Campesina haviam saído em julho, foi reocupada na manhã de hoje por cerca 150 pessoas do movimento, informa a nota.

“Na reocupação, os trabalhadores rurais soltaram fogos de artifício e os seguranças que estavam na fazenda abandoram o local. Por volta das 13h30, um micro-ônibus parou em frente ao portão de entrada e uma milícia armada com aproximadamente 40 pistoleiros fortemente armados desceu atirando em direção às pessoas que se encontravam no local. Arrombaram o portão, executaram o militante Valmir Mota com dois tiros, balearam outros cinco agricultores e espancaram Isabel do Nascimento de Souza, que encontra-se hospitalizada gravemente ferida”.

O investigador Miguel Zanella, da Polícia Civil de Cascavel, contou outra história, mas fez a ressalva de que só ouviu a versão dos seguranças. “Parece que os seguranças tinham sido rendidos pela manhã, quando houve uma troca de tiro. Depois voltaram e ocorreu o confronto. Mas é a versão deles”.

Ele disse à Agência Brasil que houve erro “para tudo quanto é lado”: “Da segurança, que não acionou a gente, e dos sem-terra, que estavam armados e reagiram”.

Sobre as armas utilizadas, contou que na delegacia havia apenas um revólver calibre 38, mas que no momento do crime, havia no local várias espingardas calibre 12, segundo os seguranças.

A Via Campesina diz que a ocupação, realizada inicialmente em março de 2006, tem o objetivo de denunciar o “cultivo ilegal de reprodução de sementes transgênicas de soja e milho”. E que a meta é transformar a área num “centro de agroecologia e de reprodução de sementes crioulas para a agricultura familiar e reforma agrária”.


Confronto em acampamento de sem-terra no Paraná deixa dois mortos

Duas pessoas morreram num conflito ocorrido hoje (21) num acampamento de sem-terra do campo de experimento de soja e milho transgênicos da multinacional Syngenta Seeds, em Santa Tereza do Oeste, no Paraná. Outras ficaram feridas, algumas em estado grave.

A informação foi passada pela Via Campesina, onde militava uma das vítimas fatais, Valmir Mota. Segundo a organização, o fato ocorreu quando uma “milícia com cerca de 40 pistoleiros” atacou o acampamento, executando Mota “à queima roupa com dois tiros no peito” e deixando seis trabalhadores “gravemente feridos”.

A Polícia Civil de Cascavel confirmou os óbitos e disse que a outra vítima fatal se chama Fábio Ferreira, que seria integrante da segurança particular da empresa. Mas forneceu uma informação diferente em relação aos feridos: seriam quatro seguranças e quatro sem-terra, sendo um de cada grupo em estado grave.

A Via Campesina informa que uma integrante do movimento está em coma e corre risco de morte: Izabel Nascimento de Souza. A polícia confirma que uma mulher está em estado grave após ter levado um tiro no olho, e está na sala de cirurgia do Hospital Universitário de Cascavel – que fica a 25 quilômetros de Santa Tereza do Oeste – juntamente com um “segurança” que levou um tiro que perfurou o colete.

Os demais feridos, segundo a Via Campesina, são: Gentil Couto Viera, Jonas Gomes de Queiroz, Domingos Barretos e Hudson Cardin.

A assessoria de imprensa informou que membros do movimento não dariam entrevista hoje para evitar retaliação e porque eles estariam sendo presos na hora de prestar depoimento. Em entrevista à Agência Brasil, o investigador Miguel Zanella, da delegacia de Cascavel, confirmou as detenções, “a princípio”.

“Não sei se vão ser presos, porque o protocolo é indiciar e responder inquérito em liberdade. Mas às vezes a pessoa é presa por outros motivos, como porte de arma”, declarou o policial num primeiro momento. Depois, pediu licença para checar melhor o procedimento adotado e voltou com a informação de que não poderia dar mais informações porque um delegado de Curitiba dará uma entrevista coletiva amanhã. Mas reconheceu que “a princípio eles vão ficar detidos”.

As famílias acampadas no campo de experimentos haviam deixado o local em julho, após mais de um ano de ocupação. Leia mais ao lado.

 

 

 

 

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