Brazil
October 4, 2007
A Embrapa Arroz e Feijão, unidade
da Empresa Brasileira de
Pesquisa Agropecuária - Embrapa, vinculada ao Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento, realizou na quarta-feira
(4) a solenidade de comemoração de seu aniversário de 33 anos.
Na ocasião, o pesquisador Cláudio Brondani apresentou em
palestra a Coleção Nuclear de Arroz da Embrapa (CNAE). Trata-se
do conjunto de amostras de sementes de arroz que representam de
maneira mais significativa a variabilidade genética da cultura.
São 550 amostras possuidoras de maior potencial para geração de
cultivares mais adaptadas, produtivas e com maior resistência a
pragas, doenças e plantas daninhas.
As amostras presentes na CNAE foram selecionadas, por meio da
avaliação agronômica e da análise molecular ao longo de seis
anos, dentro de um total de 10.000 amostras. Estas constituem o
patrimônio genético das sementes de arroz do Brasil reunido pela
Embrapa desde meados da década de 1970. Esse acervo é importante
porque os pesquisadores o utilizam em cruzamentos para ampliar a
base genética na busca por novas cultivares. O problema é que,
até então, apesar de numeroso, esse contingente de amostras
também tinha sementes muito "aparentadas", o que não conferia
tanta eficiência ao trabalho do melhoramento de plantas.
Para consultas
Segundo Brondani, a CNAE estará disponível à comunidade
científica brasileira para consultas. Na página da internet da
Embrapa Arroz e Feijão (www.cnpaf.embrapa.br), pode-se acessar
as características agronômicas e moleculares desse acervo. Além
disso, para os centros de pesquisa que tradicionalmente possuem
programas de melhoramento, como o Instituto Agronômico de
Campinas, a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de
Santa Catarina e o Instituto Riograndense do Arroz, serão
enviadas sementes das 550 amostras.
Brondani disse que um trabalho como esse não possui precedente
no Brasil. No entanto, existem coleções nucleares no Instituto
Internacional de Pesquisa do Arroz (IRRI), nas Filipinas; no
Instituto Nacional da China de Pesquisas em Arroz (CAAS); e no
Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Contudo,
em nenhum deles há a publicação dos dados de caracterização das
amostras no detalhe que a CNAE está divulgando.
Um outro aspecto importante ressaltado por Brondani é que mais
da metade das 550 amostras são de variedades tradicionais ou
crioulas coletadas em vários estados brasileiros. Com isso, as
comunidades que porventura venham a perder suas sementes poderão
recorrer ao acervo da CNAE. "Os pequenos agricultores são
justamente um dos públicos-alvo. Com o suporte de técnicos da
Emater de seus estados, eles poderão escolher a variedade que
melhor atenda suas necessidades e fazer o pedido de uma amostra
de sementes para multiplicação e posterior estabelecimento de
suas lavouras", afirmou Brondani
A solenidade de aniversário contou com a presença do assessor da
Diretoria-executiva da Embrapa, Ruy Rezende Fontes, que em seu
pronunciamento contextualizou o momento positivo vivido pela
empresa. Ele citou a repercussão do noticiário internacional
desta semana nos veículos New York Times e na BBC, que
evidenciaram o país como líder em desenvolvimento agropecuário
na região tropical, atribuindo boa parte desse sucesso à
Embrapa.
Além disso, mencionou o reconhecimento da comunidade científica
no Brasil em uma reunião no Palácio do Planalto, do Conselho
Nacional de Ciência e Tecnologia, a qual teve a participação do
diretor-presidente da Embrapa, Silvio Crestana. Nesse evento, a
empresa foi considerada “um bem sucedido modelo de rede de
pesquisa”.
"A Embrapa, e nós não podemos esquecer evidentemente de seus
parceiros, tem uma grande importância no desenvolvimento da
agricultura. E esses elogios que recebemos nos dias de hoje, com
certeza, se devem também a criação há 33 anos da Embrapa Arroz e
Feijão que faz parte de nossa empresa", declarou Fontes.
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