Brasília, Brazil
November 23, 2007
Técnica da Embrapa disponível
para incubação de empresas no Distrito Federal será mostrada em
evento em Brasília neste final de semana.
Quem comparecer vai ganhar também sementes de árvores
ornamentais.
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Cláudio Bezerra
Além de causar danos ao cultivo da soja, os
percevejos têm migrado também para a cultura do
algodão, danificando as maçãs do algodoeiro e
reduzindo a produção. |
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Uma tecnologia inovadora que se
baseia no estudo da comunicação entre os insetos para promover o
monitoramento e controle biológico de percevejos que atuam como
pragas na cultura da soja no Brasil já está à disposição dos
empreendedores do Distrito Federal. Essa tecnologia foi
desenvolvida pela
Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, uma das 41
unidades da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária –
Embrapa, e se baseia no uso de feromônios, substâncias químicas
de cheiro peculiar, que atuam como meios de comunicação entre os
insetos. Essa tecnologia será mostrada pela Empresa durante a
88ª Feira Botânica do Shopping CasaPark, em Brasília,nos
dias 24 e 25 de novembro.
Na natureza, os feromônios são responsáveis pela atração de
indivíduos da mesma espécie para acasalamento, demarcação de
território e outros tipos de comportamento. Os cientistas
reproduzem, em laboratório, as condições observadas na natureza
para monitorar o comportamento dos insetos-praga e interromper a
sua reprodução.
Segundo o pesquisador Miguel Borges, coordenador das pesquisas
com semioquímicos na Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia,
no momento os estudos estão mais direcionados para o percevejo
marrom da soja (Euchistus heros), mas o objetivo é estendê-los
para todo o complexo de percevejos-praga da soja, que inclui
também: o percevejo verde (Nezara viridula), ou maria fedida,
como é popularmente conhecido, e o percevejo pequeno (Piezodorus
guildinii), além das espécies Thyanta perditor, Acrosternum
impicticorne, Acrosternum ubicum e Dichelops melacanthus, ou
barriga verde. Esses insetos estão entre as piores pragas dessa
cultura no Brasil hoje, por se alimentarem diretamente nos
grãos, causando sérios prejuízos no rendimento e na qualidade
das sementes.
Incubação de empresas: ciência, sociedade e mercado unidos em um
objetivo comum
A tecnologia de controle biológico de pragas a partir da
utilização de feromônios faz parte do Programa de Incubação de
Empresas da Embrapa. O objetivo desse Programa é disponibilizar
tecnologias geradas pela pesquisa agropecuária para empresas de
base tecnológica que queiram se instalar em incubadoras
parceiras do Programa de Apoio ao Desenvolvimento de Novas
Empresas de Base Tecnológica Agropecuária (PROETA). Esse
programa é parcialmente financiado pelo Banco interamericano de
Desenvolvimento (BID) e destina-se a estimular a utilização de
tecnologias da Embrapa, por meio da incubação de empresas em
incubadoras já existentes.
O Programa de Incubação de Empresas da Embrapa é voltado a
empreendedores com potencial para absorver conhecimento
científico ou tecnológico e que queiram desenvolver empresas
inovadoras ligadas às cadeias produtivas do agronegócio. O
programa está sendo desenvolvido em cinco unidades da Empresa:
Embrapa Instrumentação Agropecuária, em São Carlos (SP), Embrapa
Agroindústria Tropical, em Fortaleza (CE) e no Distrito Federal,
onde atuam em conjunto a Embrapa Recursos Genéticos e
biotecnologia, a Embrapa Cerrados e a Embrapa Hortaliças.
Segundo o Chefe Geral da Embrapa Recursos Genéticos e
Biotecnologia, José Manuel Cabral, coordenador da Unidade Piloto
do Distrito Federal, o objetivo é diversificar cada vez mais as
tecnologias disponíveis e ampliar as parcerias no Brasil.
“Considerando que existem, no Brasil, cerca de 300 incubadoras
de empresas e que o modelo de incubação da Embrapa será
utilizado, em um futuro próximo, por outras unidades de pesquisa
da Empresa, é provável que esse modelo seja muito eficiente para
expandir significativamente a utilização das tecnologias da
Embrapa por empresas de base tecnológica”, ressalta Cabral.
Distribuição de sementes de árvores ornamentais
Quem visitar o estande da Embrapa na Feira Botânica do CasaPark
vai ganhar sementes de duas espécies de árvores ornamentais:
“pau-de-formiga” e “olho de cabra”.
O “pau-de-formiga”, também conhecido popularmente como
“pau-de-novato” ou “formigueiro” é uma árvore ornamental com
vasto florescimento e, por isso, amplamente uitlizada em
projetos de paisagismo. Pelo rápido crescimento que apresenta, é
útil para plantio em áreas degradadas.
O “olho-de-cabra” proporciona ótima sombra e é também bastante
ornamental, podendo ser usada na arborização de ruas e avenidas.
Também é usada em programas de reflorestamento.
A 88ª Feira Botânica do Shopping CasaPark acontece no dia 24 de
novembro (sábado), das 10 às 22h, e no dia 25 (domingo), das 12
às 20h. |
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