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Química Verde: soja desponta como opção para indústria química

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Brazil
May 7, 2007

“Cada vez mais, a indústria vai passar considerar a soja em seus processos industriais. Por ser uma matéria-prima abundante, biodegradável e uma fonte de energia renovável, a soja, em especial o farelo e o óleo vegetal, ganharão novos e importantes usos industriais nos próximos anos”. A avaliação é da pesquisadora Mercedes Carrão Panizzi, que presidiu o “Seminário Internacional: Soja recursos renováveis para usos industriais não alimentares”, que a Embrapa Soja promoveu no Rio de Janeiro, nos dias 11 e 12 de abril. O evento reuniu cerca de 140 participantes e pesquisadores empenhados em viabilizar novas aplicações para a soja, uma das principais commodities agrícolas mundiais.

Base de carpetes, produtos para limpeza, plásticos, espumas, adesivos, tintas, lubrificantes, solventes e removedores são alguns produtos onde a soja já vem competindo efetivamente com os petroquímicos em inúmeros mercados. “A versatilidade da soja já muito conhecida desde 1900, quando Henri Ford e Washington Carver apresentaram inúmeros usos para o grão. Entretanto, na época, a entrada dos derivados de petróleo a baixo custo, praticamente inibiu sua expansão. Hoje, com a alta do petróleo e o crescimento da preocupação com os efeitos do aquecimento global, a soja volta a ser uma opção competitiva para a indústria”, explica a pesquisadora.

Nos Estados Unidos, onde as pesquisas para novos usos industriais para a soja estão mais avançadas, dados da United Soybean Board (USB), indicam que, em 2005, foram utilizados aproximadamente 380 milhões de quilos de óleo de soja na confecção de produtos industriais. A projeção do órgão é que esse valor salte para 434 milhões de quilos já em 2007. Segundo John Campen, da USB, 2,6% da produção de soja americana já utilizada para fins indústriais. O pesquisador aponta que uma das grandes vantagens é que os produtos produzidos a partir da soja, de maneira geral, geram menor emissão de compostos orgânicos voláteis, apresentam baixa toxicidade, são biodegradáveis e de baixo custo. “Estudos sobre o ciclo de vida desses produtos mostram que, em muitos casos, é usada menor quantidade de energia para sua produção e sua utilização em substituição aos petroquímicos, o que resulta em menores níveis de gases que provocam o efeito estufa”, afirma.

Zoran Petrovic, da Universidade de Pittsburg, defende que a grande promessa de expansão industrial da soja está nos poliuretanos produzidos a partir do óleo de soja. “Partes de automóveis e veículos como caminhões, trens e tratores, móveis, espumas densas e flexíveis, isolantes térmicos, gabinetes de TVs e monitores, solados de sapatos, materiais para barcos e produtos que flutuam, como as pranchas de surf, são alguns dos exemplos de produtos finais produzidos a partir dos poliuretanos à base de óleo de soja”.

Novas aplicações para o farelo de soja também devem ganhar mercado nos próximos anos. Compensados, gabinetes de pia, cola de madeira já estão sendo produzidos a partir de farelo. Segundo a pesquisadora Mila Hojilla–Evangelista, do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), o farelo de soja já foi bastante usado no passado em produtos não alimentares. Na década 40, o farelo de soja era matéria-prima em cola de papéis laminados e adesivos para madeira, indústria têxtil e moldes plásticos. “No entanto, com o surgimento de materiais sintéticos alternativos mais baratos e dos derivados de petróleo, o uso do farelo da soja foi limitado à alimentação animal”, destaca.
Evangelista acredita que os consumidores estão mais abertos às questões ambientais, o que deve elevar a procura pelos produtos biodegradáveis. “A soja é uma matéria-prima barata, abundante e biodegradável”, aponta.

A soja também tem sido matéria-prima para produção de lubrificantes. Segundo a pesquisadora Sevin Erhan, do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, a indústria norte-americana utiliza a soja em vários tipos de fluidos hidráulicos, como fluidos para elevadores, para bombas estacionárias e para tratores. Também há produtos usados em metalurgia e para lubrificação de moldes usados na fundição de metais, lubrificação de formas de concreto e lubrificação de massa asfáltica.

“Os lubrificantes obtidos a partir do óleo de soja podem substituir os lubrificantes convencionais utilizados em motores de dois tempos - cuja combustão libera poluentes para o ambiente - lubrificantes de arames, graxas, lubrificantes de trilhos de ferrovias e óleos anti-poeira”, explica a pesquisadora. De acordo com Sevin, os lubrificantes à base de óleo de soja possuem vantagens em relação aos derivados de petróleo, por apresentarem alta lubricidade, alto índice de viscosidade, além de serem provenientes de uma fonte de recurso renovável.

 

 

 

 

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