March 12, 2007
Source:
Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia
Co-existência é definida pela Comissão Européia como “o
direito que os agricultores possuem de cultivar livremente
as culturas de sua escolha, sejam GM, convencionais ou
orgânicas” (European Commission, 2003).
Muitos estudos têm sido conduzidos para determinação de
condições agrícolas que permitam a co-existência de plantas
de milho geneticamente modificadas e convencionais na
Europa. Muitos destes. foram motivados pela adoção por parte
da Comissão Européia, em julho de 2003, da recomendação
20003/556/EC que atribui aos agricultores que utilizam
plantas GM a responsabilidade pela implementação de medidas
necessárias para limitar o fluxo gênico e viabilizar a
co-existência de culturas GM e não GM respeitando um limite
de 0,9% de transgenia - limite adotado para a rotulagem de
produtos que contenham alimentos GM segundo a diretiva
2001/18/EC (European Commission, 2001; European Commission,
2006).
Considerando que a principal fonte de contaminação
adventícia é proveniente de cruzamentos sexuais, Brookes e
Barfoot conduziram estudos de co-existência na Espanha
baseados na avaliação da freqüência de polinização cruzada
decorrente do fluxo gênico de plantas transgênicas para
convencionais sob diferentes condições (Brookes & Barfoot,
2003; Brookes et al., 2004).
Para a determinação da taxa de polinização cruzada, amostras
de 14 campos comerciais de milho não GM das províncias de
Huesca, Lleida, Zaragossa e Navarra, que eram cultivados
adjacentes a campos de milho GM, foram analisadas para a
presença do transgene por PCR em tempo real. Diferentes
situações que poderiam influenciar a taxa de polinização
cruzada como distância entre os cultivos e diferenças na
época de plantio foram consideradas. Demonstrou-se, que nas
condições avaliadas, 22 dias de diferença na época de
plantio e quatro linhas de distanciamento, que
corresponderam em média a 3,95 metros, já eram suficientes
para obter uma freqüência de 0,84% de nível de presença
adventícia de transgenia. Com 16 linhas, que correspondeu a
uma distância média de 12,95 metros, a freqüência caiu para
0,26% (Brookes et al., 2004).
Os
autores concluíram que a co-existência é possível e
forneceram informações que serviram como base para
recomendações de como evitar a contaminação de milho
convencional por milho GM em níveis de até 0,9%.