Brasília, Brazil
July 3, 2007
A
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa e a
Universidade de Rothamsted, Reino Unido, vão estreitar a
cooperação técnica para o desenvolvimento de pesquisas de
controle biológico de pragas nocivas à agricultura. O foco da
parceria é nos estudos de semioquímicos (feromônios) para
controle e monitoramento de insetos que atuam como pragas para a
agricultura.
Os feromônios são os mais importantes elementos da comunicação
entre os insetos. São substâncias químicas de cheiro peculiar,
presentes em cada espécie, que atuam como meios de comunicação.
Na natureza, são responsáveis pela atração de indivíduos da
mesma espécie para acasalamento, demarcação de território e
outros tipos de comportamento. Os cientistas reproduzem, em
laboratório, as condições observadas na natureza para monitorar
o comportamento dos insetos-praga e interromper a sua
reprodução.
Segundo o Diretor Científico da Universidade de Rothamsted para
Manejo Sustentável de Pragas e Doenças e Chefe do Departamento
de Química Biológica, professor John Pickett, a parceria já vem
sendo realizada para os estudos com feromônios, mas o interesse
é ampliá-la para outras áreas de pesquisa agrícola, envolvendo
outras instituições de pesquisa e unidades da Embrapa.
Pickett explica que um dos objetivos principais dessa parceria é
colaborar para o desenvolvimento da agricultura na África. A
Universidade de Rothamsted mantém uma unidade de pesquisa no
leste africano e a Embrapa possui um laboratório em Gana, no
oeste africano. “O objetivo é unir os conhecimentos adquiridos
nos dois locais com culturas diferentes, pois sempre há
similaridades entre as culturas pesquisadas, de forma a ajudar
no desenvolvimento sustentável daquele continente”, enfatiza o
professor.
Ele acredita que a parceria entre o Brasil e o Reino Unido vai
levar a novos e interessantes caminhos referentes ao
conhecimento do sistema fisiológico das plantas, em níveis
químico e molecular. “Hoje, estudamos as plantas em condições de
estresse, mas pretendemos ampliar essas pesquisas para situações
pré-estresse, com o objetivo de observar as características que
elas próprias desenvolvem na criação dos sistemas de defesa”,
afirma o Diretor Científico de Rothamsted.
Palestra em Brasília e visita à Embrapa
Pickett, que também é professor da Universidade de Nottinghan,
esteve no Brasil por ocasião do X Simpósio de Controle
Biológico - X Siconbiol, quando apresentou uma palestra
sobre a importância das pesquisas com feromônios para a redução
de pragas que comprometem a saúde humana, animal e de plantas.
Ele vem trabalhando com novos métodos de controle de pragas,
especialmente relacionados à caracterização de feromônios de
insetos e foi o primeiro cientista no mundo a identificar os
feromônios sexuais e outros semioquímicos de pulgões, mosquitos
e borrachudos.
O X Simpósio de Controle Biológico - X SICONBIOL foi
promovido pela Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, uma
das 41 unidades da Embrapa, e pela Sociedade Entomológica do
Brasil, no período de 30 de junho a 04 de julho, em Brasília,
DF, com o objetivo de apresentar e discutir as inovações
científicas e tecnológicas na área de controle biológico de
pragas de interesse para as áreas de agropecuária e saúde
pública.
Hoje pela manhã, Pickett visitou a Embrapa Recursos Genéticos e
Biotecnologia e à tarde, se reuniu com os representantes da
Assessoria de Relações Internacionais da Embrapa, Bonifácio
Magalhães e José da Silva Madeira, para discutir a elaboração do
projeto de cooperação técnica entre Brasil e Reino Unido na área
agrícola.
by Fernanda Diniz
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