Curitiba, Brasil
December 11, 2007
Lúcia Nórcio,
Agência Brasil
Policiais civis do Paraná prenderam hoje (11) três pessoas
acusadas de envolvimento e responsabilidade por duas mortes
ocorridas em outubro na fazenda da empresa Syngenta Seeds,
localizada em Santa Tereza do Oeste (PR), durante um confronto
entre seguranças particulares e integrantes da Via Campesina.
De acordo com a promotora Fernanda Nagl Garcez, do Ministério
Público de Cascavel, estão detidos o proprietário da empresa NF
Segurança, Nerci de Freitas, e dois seguranças da mesma empresa,
Alexandre Magno Winche Almeida e Alexandre de Jesus.
A pedido do Ministério Público, o juiz Juliano Nanuncio, da 1ª
Vara Criminal de Cascavel, também decretou as prisões
preventivas do segurança Rodrigo de Oliveira Ambrósio e dos
trabalhadores rurais Celso Ribeiro Barbosa e Célia Aparecida
Lourenço. Eles estão foragidos.
O tiroteio ocorrido em outubro resultou na morte do segurança
Fábio Ferreira de Souza, da empresa NF Segurança, e do
trabalhador rural Valmir Mota de Oliveira. Conhecido como Kenun,
o trabalhador participava de um protesto contra a Syngenta,
multinacional do ramo do agronegócio.
A advogada da empresa NF Segurança, Edineia Sicbneihler,
contestou a prisão de Nerci de Freitas. Segundo ela, o
empresário prestou todas as informações durante o processo de
investigação.
No final da tarde, o movimento Via Campesina divulgou nota
afirmando que “estranhamente os trabalhadores que foram vítimas
do ataque surpresa da milícia armada da Syngenta estão sendo
indiciados como suspeitos do crime”.
Para o movimento, fica clara “a manipulação e inversão de
papéis, onde os camponeses atacados estão sendo levianamente
processados e acusados de violentos”. |
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