Estudos de comunicação entre insetos beneficiam o controle biológico de pragas

Essa é uma das armadilhas à base de feromônio para controlar o percevejo da soja Foto: Cláudio Bezerra

Uma das tecnologias disponíveis para incubação de empresas no DF e que será apresentada na Feira Botânica do Shopping CasaPark é a que utiliza semioquímicos (feromônios) para controle e monitoramento de percevejos que atuam como pragas na cultura da soja no Brasil. As pesquisas estão sendo conduzidas em parceria entre a Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, uma das 40 unidades de pesquisa da Embrapa, localizada em Brasília, DF, e a empresa privada Biocontrole – Métodos de Controle de Pragas Ltda. e vão resultar no desenvolvimento do primeiro produto biológico brasileiro à base de semioquímicos para controle do percevejo marrom da soja, que deve chegar ao mercado ainda em 2006.

Os feromônios são os mais importantes elementos da comunicação entre os insetos. São substâncias químicas de cheiro peculiar, presentes em cada espécie, que atuam como meios de comunicação. Na natureza, os feromônios são responsáveis pela atração de indivíduos da mesma espécie para acasalamento, demarcação de território e outros tipos de comportamento. Os cientistas reproduzem, em laboratório, as condições observadas na natureza para monitorar o comportamento dos insetos-praga e interromper a sua reprodução.

Segundo o pesquisador Miguel Borges, coordenador das pesquisas com semioquímicos na Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, no momento as pesquisas estão mais direcionadas para o percevejo marrom da soja, mas o objetivo é estendê-las para todo o complexo de percevejos-praga da soja, que inclui também: o percevejo verde, ou maria fedida, como é popularmente conhecido, e o percevejo pequeno, além de outras espécies. Esses insetos estão entre as piores pragas dessa cultura no Brasil hoje, por se alimentarem diretamente nos grãos, causando sérios prejuízos no rendimento e na qualidade das sementes. Dentre os principais danos, destacam-se: sementes com baixo vigor, menor teor de óleo, além do fato de que os percevejos facilitam a entrada de fungos, que podem causar outras doenças nas plantas.

Sementes híbridas de hortaliças

A outra tecnologia disponível para incubação de empresas e que também estará exposta na Feira Botânica é a produção de sementes híbridas de hortaliças, desenvolvida pela Embrapa Hortaliças, outra unidade da Embrapa localizada em Brasília. Essa é uma atividade especializada, que requer mão-de-obra treinada e rigoroso controle de qualidade.

A Embrapa Hortaliças tem gerado várias cultivares híbridas através de seus programas de melhoramento com características altamente competitivas.

As culturas também apresentam resistência às principais pragas e doenças, alta produtividade, excelentes características comerciais e algumas possuem melhor qualidade nutricional em relação àquelas existentes atualmente no mercado.

Um dos destaques entre essas sementes é a abobrinha brasileirinha, lançada pela Embrapa Hortaliças em junho deste ano, por ocasião da Copa do Mundo. A “brasileirinha”, como é mais conhecida do público, chama atenção, pois possui as duas cores da bandeira brasileira: metade é amarelo-ouro e metade é verde-bandeira. A nova variedade de abobrinha da Embrapa é rica em betacaroteno e pode ser consumida de três formas diferentes: verde (refogada em rodelas ou ralada, como qualquer abobrinha), madura (como uma abóbora comum) ou em miniaturas (colhidas mais cedo).

A Feira Botânica do Shopping CasaPark acontece dia 30 de setembro (sábado), das 10 às 22 horas, e dia 1º de outubro (domingo), das 12 às 20 horas.