Porto Alegre, Brazil
September 14, 2006
by
Shirley Prestes,
Agência Brasil
Os produtores gaúchos de soja
querem “comprar as sementes transgênicas certificadas e pagar
com a colheita do produto”. A proposta, das federações dos
Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag) e das
Cooperativas Agropecuárias do Rio Grande do Sul (Fecoagro) foi
encaminhada hoje (14) aos ministérios da Agricultura e do
Desenvolvimento Agrário.
Segundo o presidente da Fetag,
Ezídio Pinheiro, a expectativa é de que a autorização saia ainda
amanhã (15). Ele informou que o programa Troca-Troca, criado
pelo decreto presidencial 5.891 e que prevê a substituição de
variedades próprias por sementes certificadas, incentivou os
produtores do estado. “A ampliação da proposta de implementação
do programa deverá facilitar ainda mais essa mudança”,
acrescentou.
A proposta foi definida durante
encontro de representantes de 42 cooperativas e 30 sindicatos de
trabalhadores rurais, em Cruz Alta, na região central do estado.
Pinheiro explicou que a simples
troca do produto guardado para semente pelos produtores, por
grãos certificados, envolveria "gastos, burocracia e tempo”.
Segundo ele, existem pouco mais de 40 pontos de troca no estado
e o plantio começará no dia 10 de outubro.
A medida, que será implementada
junto com a prorrogação da autorização do plantio de sementes
transgênicas armazenadas para a safra 2006/2007, agradou aos
produtores. Segundo a Fetag, no estado só existe metade do total
de sementes certificadas necessário para a safra. O governo
federal destinará até R$ 60 milhões para a compra, na indústria,
de sementes de soja certificadas a serem distribuídas aos
agricultores gaúchos em substituição ao produto transgênico
próprio.
Para o presidente da Fecoagro,
Rui Polidoro Pinto, a melhor forma de as sementes chegarem ao
agricultor é por meio da rede de cooperativas. “O pagamento
seria feito após a colheita, em grão ou dinheiro, método
semelhante ao do Programa Troca-Troca de milho, operado pelo
governo gaúcho”, explicou. Segundo o dirigente, a troca
ocorreria “mediante aquisição das sementes certificadas pela
Conab, tendo como referência valores base para cada cultivar
incluída no sistema”.
Conforme o delegado regional do
Ministério do Desenvolvimento Agrário, Nilton Pinho De Bem, a
autorização da medida, que deverá ocorrer por meio de resolução
do Conselho Monetário Nacional, já foi encaminhada pelos
ministérios do Planejamento e da Fazenda. |