Brazil
October 26, 2006
O Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) promoverá entre
os dias 06 e 08 de novembro, na Escola Nacional de Botânica
Tropical, Jardim Botânico do Rio de Janeiro, o Seminário
Internacional sobre Propriedade Intelectual e Recursos Genéticos
para Inovadores em Agricultura. O evento será feito em
parceria com o Instituto Nacional de Propriedade Intelectual
(INPI) e a com a Organização Mundial da Propriedade Intelectual
(OMPI).
“O objetivo é formar massa crítica do pessoal que trabalha na
interação dos campos da biotecnologia, do melhoramento genético,
e da propriedade intelectual e discutir novas possibilidades de
avanços nestas áreas”, afirmou o diretor do Departamento de
Propriedade Intelectual e Tecnologia da Agropecuária (DEPTA),
Helinton J. Rocha.
Participarão como palestrantes, técnicos e autoridades das
agências especializadas das Nações Unidas tais como a
Organização para Alimentação e Agricultura (FAO), a OMPI e a
União Internacional para Proteção das Obtenções Vegetais (UPOV),
além de profissionais de excelência no âmbito nacional sobre os
temas.
O seminário será uma oportunidade para que gestores de políticas
públicas e de negócios em biotecnologia clássica e moderna
troquem informações sobre o uso estratégico de propriedade
intelectual na agricultura e na pecuária. “O Brasil já possui um
cenário institucional de tendências bem definidas sobre os temas
a serem abordados no Seminário. O desafio é utilizar a
propriedade intelectual para reduzir custos, aumentar a
biossegurança e o valor agregado dos alimentos e das matérias
primas da agricultura”, comentou Rocha.
O diretor acrescentou que os instrumentos de propriedade
intelectual, como as indicações geográficas e as marcas
coletivas podem facilitar o acesso aos alimentos regionais dos
consumidores urbanos ou residentes em outras partes do país em
benefício do enriquecimento dos cardápios dos brasileiros e de
potenciais consumidores destes produtos no exterior. “O
seminário foi concebido para reproduzir no Brasil a discussão
internacional destes temas buscando novas opções especialmente
voltadas para países em desenvolvimento”.
O foco principal do seminário será disponibilizar estratégias de
propriedade intelectual em benefício de pequenos e médios
inovadores em recursos genéticos para agricultura e a pecuária.
Durante o evento, um inovador poderá, por exemplo, saber quais
maneiras existem de acessar corretamente recursos genéticos a
serem utilizados na agricultura e alimentação. “Também serão
apresentados casos de empresas inovadoras que utilizam
ferramentas de propriedade intelectual na composição de suas
estratégias mercadológicas”, explicou o assessor do DEPTA,
Leontino Rezende Taveira.
A intenção do seminário também é trocar experiências entre
inovadores no agronegócio sobre propriedade intelectual. “A
propriedade intelectual garante a titularidade da inovação ao
proteger seus obtentores, ou inovadores de concorrência desleal
e a reproduções não autorizadas. Além disso, este instrumento
permite agregação de valores aos novos produtos e a fidelização
do consumidor”, acrescentou o assessor. Na opinião de Taveira, a
propriedade intelectual se reverte em maior segurança para
investimentos no setor de genético animal e vegetal, em
benefício do emprego e da renda rural.
O seminário reunirá no Jardim Botânico do Rio de Janeiro cerca
de 70 participantes, entre os quais pequenos e médios inovadores
que atuam em âmbito local e regional e são fundamentais para a
auto-suficiência tecnológica do agronegócio nacional. “Queremos
fornecer as ferramentas para que os inovadores possam proteger
as tecnologias por eles geradas e promover o intercâmbio de suas
experiências”, reforçou Taveira sobre o objetivo do seminário.
Para construir um diagnóstico do uso da propriedade intelectual
no setor agropecuário, o Mapa está promovendo o levantamento de
informações junto às empresas e instituições que atuam em
biotecnologia agrícola clássica e moderna. Este quadro será
importante na formulação dos novos marcos regulatórios e de
outras ações de estímulo ao desenvolvimento tecnológico deste
setor.
A exemplo disto no Brasil, as inovações em recursos genéticos no
setor agrícola instrumentadas pela propriedade intelectual
resultaram na proteção de cerca de mil novas variedades de
plantas nos últimos nove anos, com grande repercussão na
melhoria da produtividade, da qualidade e da sustentabilidade da
agricultura e da pecuária do país. |