Brazil
October 25, 2006
Um
cenário favorável para o abastecimento interno de milho a partir
de dados da safra 2006/2007 e novos mercados potenciais foram
apresentados pelo presidente da Câmara Setorial da Cadeia
Produtiva de Milho e Sorgo, Aves e Suínos, Silvio Farnese,
também coordenador-geral de Cereais e Culturas Anuais da
Secretaria de Política Agrícola do
Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). A palestra foi
apresentada em uma convenção na Embrapa Milho e Sorgo (Sete
Lagoas-MG) na segunda-feira (23).
Segundo ele, a conjuntura internacional é favorável à produção
de milho no Brasil e ao incremento de investimentos no setor.
“Os Estados Unidos, maiores exportadores de milho no mundo,
estão próximos de atingirem o limite de sua fronteira agrícola.
A China, por sua vez, já produz menos do que consome, baixando
seu estoque de 84,8 milhões de toneladas na safra 2001/2002 para
28,1 milhões na última safra. Dessa forma, o cenário é muito
favorável para o Brasil”, adiantou.
Entre as perspectivas apresentadas, estão o aumento do consumo
de milho para a fabricação de etanol nos Estados Unidos. Segundo
Silvio Farnese, o aumento registrado foi de 32 milhões de
toneladas na última década. São 101 usinas em funcionamento no
país. “Se a tendência for comprovada, um novo desafio será
apresentado à cadeia produtiva do milho, o de conquistar
mercados para a produção de combustíveis”, afirmou.
ABASTECIMENTO E DESAFIOS
O estoque
de milho do governo, de acordo com Farnese, está quantificado em
3,7 milhões de toneladas. “O abastecimento está garantido e
políticas para garantir o preço mínimo em alguns estados já
estão em andamento, como a realização de leilões”, disse. O
objetivo é garantir o preço mínimo da saca de milho, que já foi
cotada a apenas R$ 12. Em Mato Grosso, por exemplo, “estado que
vive uma crise quase que estrutural do ponto de vista
logístico”, antecipou o presidente, 65% da safra foi
comercializada com o apoio do governo.
Os desafios enfrentados pelos produtores – como atrasos na
decisão sobre a liberação comercial de sementes transgênicas,
baixas produtividades registradas em algumas regiões e,
principalmente, a ausência de uma infra-estrutura adequada para
o escoamento de produção – foram apresentados por Farnese como
fatores que exigem uma definição urgente. “A logística cara, por
exemplo, inibe o desenvolvimento de qualquer cultura”, disse.
SORGO
O
presidente da Câmara Setorial também fez análises sobre a
produção de sorgo. Silvio Farnese disse que a cultura passa por
um momento de estabilidade – o Brasil tem uma área plantada de
720 mil hectares – e adiantou que o cenário deve permanecer no
futuro. “A cultura ajuda no abastecimento, principalmente em
épocas de crise. Mas o consumo acontece nas próprias regiões
produtoras e isso tem inviabilizado o aumento da produção”,
concluiu.
Mais informações: Embrapa Milho e Sorgo, Unidade da Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa): (31) 3779-1123 ou
sac@cnpms.embrapa.br . |