Brasília, Brasil
November 25, 2006
Luciana Vasconcelos,
Agência Brasil
O banco genético da
Embrapa Recursos
Genéticos e Biotecnologia alcançou o número 100 mil de
amostras sementes de quase 500 espécies vegetais diferentes, o
sexto maior do mundo, empatado com o Canadá. O resultado foi
apresentado neste sábado na Feira Botânica de Brasília, em
comemoração aos 32 anos da unidade, completados na última
quarta-feira (22). A unidade é uma das 40 da Embrapa (Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária).
No banco genético há sementes de soja, arroz, trigo e milho.
Elas estão conservadas em câmaras frias a 20°C abaixo de zero.
Um dos beneficiados pelo banco genético da Embrapa são os índios
Krahô, do Tocantins. Em 1995, eles procuraram a unidade em busca
de sementes primitivas como milho, que não possuíam mais. Depois
da iniciativa, outras etnias também buscaram a Embrapa, como os
guarani e algumas do Xingu.
De acordo com o chefe-geral da
unidade da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, José
Manoel Cabral, o banco genético não conserva sementes apenas
para devolver à população, trabalha com o material para melhorar
sua qualidade. “A idéia não é só material para devolver. É
apresentar características, fazer estudos, gens de interesse
para o desenvolvimento de novos materiais genéticos que tenham
características de interesse como resistência a doença,
resistência ao frio, adaptação a diversas regiões do Brasil”,
explicou.
Durante a feira foi lançado o
livro “Animais do Descobrimento”, do pesquisador Arthur
Mariante, e da historiadora Neusa Cavalcante. A publicação
apresenta animais, como bois e cavalos, que chegaram ao país na
época do descobrimento e se desenvolveram formando raças locais
ou naturalizadas. Segundo Mariante, uma das idéias é estudar a
característica de adaptação para que ela possa ser utilizada em
raças comerciais.
“Você pegar, por exemplo, a
característica de extrema adaptação do cavalo pantaneiro, na
região no Pantanal, e passar essa característica para raças
comerciais que não se adaptam àquelas condições, seria um
trabalho muito bom. A perspectiva é que a gente tenha um banco
de semens e embriões e tentar levar essas características de
adaptação para animais futuros”, explicou.
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Brazilian
gene bank now sixth in the world
One hundred thousand samples of seeds from 500 different plant
species are now housed by the genebank of the
Brazilian Agricultural Research
Corporation (EMBRAPA), which makes this facility the sixth
larger in the world. Several indigenous communities, such as the
Krahô, Guarani, and Indians from the Xingu region, have
benefited from the unit. Members of these groups approached
EMBRAPA with seeds of local plant varieties that would no longer
germinate.
“The purpose of the genebank is not only to conserve seeds and
return them to the population to sustain the use of traditional,
local varieties, but also to work with the genetic material to
improve its quality”, said José Manuel Cabral, head of the
Genetic Resources and Biotechnology Unit of EMBRAPA. “We aim to
determine the characteristics, and perform studies to identify
useful genes to develop novel crops with desirable
characteristics, such as resistance to illnesses and tolerance
to cold, adapted to the different regions of Brazil.” |