Brasília, Brazil
March 14, 2006Irene
Lobo*, Agência
Brasil
Somente um tipo de soja e de algodão, ambos geneticamente
modificados, podem ser legalmente cultivados no Brasil. A
decisão é da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança
(CTNBio), órgão ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia
(MCT), que presta apoio técnico ao governo na formulação,
atualização e implementação da Política Nacional de
Biossegurança relativa à organismos geneticamente modificados.
O cultivo da soja RR foi liberado inicialmente em 1998, e depois
em 2004, após diversas manifestações judiciais contra a medida.
Já o algodão BT teve seu cultivo liberado em março do ano
passado. A importação de milho também foi liberada, mas apenas
para ração animal. O plantio continua proibido.
No caso da soja, a porcentagem de organismos geneticamente
modificados é livre, mas o fabricante de produtos alimentícios
deve informar que no produto há elementos transgênicos. O
algodão tem um caráter especial de autorização da CTNBio,
originado pela escassez de sementes do produto em 2004 e pela
contaminação de algumas sementes.
A organização não-governamental Greenpeace é contra a liberação
dos produtos transgênicos. "O Brasil é centro de origem de
algodão e a contaminação por transgênicos dessas espécies que
são nativas e cultivadas há milhares de anos causaria o que a
gente chama de perda de biodiversidade", afirma a ativista
Gabriela Couto, que coordena a campanha de engenharia genética
da ONG.
O secretário de Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio
Ambiente (MMA), João Paulo Capobianco, afirma que o governo
brasileiro ainda não tem uma posição definida sobre os
transgênicos. "Em relação aos rótulos, o MMA defende que a
informação seja completa, ou seja, que ao exportar, qualquer
país, entre eles o Brasil, devem informar com detalhes aquilo
que está exportando", afirma Capobianco.
Segundo ele, há também no governo opiniões de que a informação
nos rótulos não precisa ser detalhada, apenas geral, como um
"pode conter transgênico". "Mas achamos que isso não é
suficiente", afirma o secretário. Atualmente, 11 solicitações de
liberação de organismos geneticamente modificados estão sendo
avaliados pela CTNBio.
*Colaborou Juliana Andrade
GM soybean and
cotton are legal in Brazil
Irene Lobo and Juliana
Andrade
Reporters - Agência Brasil
Brazilian legislation permits the cultivation of one type of
genetically modified (GM) soy and another single type of GM
cotton, pursuant to rulings by the National Biosafety Commission
(Comissão Técnica Nacional de Biossegurança) (CTNBio), an agency
housed in the Ministry of Science and Technology.
Following a long legal battle, the Monsanto GM soybean, known as
Roundup Ready (RR), began to be planted in Brazil in 1998. GM
cotton, known as Bt, has been legally planted in Brazil since
March of 2005 (Bt stands for bacillus thuringiensis which is a
foreign gene added that protects the cotton crop from the pest
known as bollworm (A. lepidoptora)). At the same time, it is
legal in Brazil to import GM corn for animal feed, but not for
human consumption or planting.
The CTNbio has ruled that there are no limits on the percentage
of GMO in GM soy grown in Brazil although there must be
labelling informing consumers of their presence.
As for GM cotton, the CTNbio gave special permission for its
cultivation after a shortfall in cotton seeds in 2004 and cases
of contamination.
At the moment, the CTNbio is examining requests for
authorization of eleven more GMOs.
João Paulo Capobianco, the secretary of Biodiversity and Forests
at the Ministry of Environment says the fact is that the
Brazilian government has not defined its position on GMOs. "As
for labelling, the ministry is in favor of total information.
Any exporting country, including Brazil, should have detailed
information on labels," he declared.
However, there are different opinions in the government on
labelling, says Capobianco. For example, there is a movement to
have generalized rather than detailed labelling. Thus, a product
would be labelled "may contain GMOs," rather than "contains
GMOs."
Meanwhile the NGO Greenpeace has stepped up its campaign against
GMOs, saying that Brazil faces a serious problem with the
contamination of native species of cotton that have been
cultivated for thousands of years. "There is a danger of losing
biodiversity," says Gabriela Couto, of Greenpeace.
Translation: Allen Bennett
Gobierno liberó cultivo de soja y algodón transgénicos
Irene Lobo y Juliana Andrade
Reporteras de la Agencia Brasil
Solamente un tipo de soja y de algodón, ambos genéticamente
modificados, pueden ser legalmente cultivados en Brasil. La
decisión es de la Comisión Técnica Nacional de Bioseguridad
(CTNBio), órgano del Ministerio de Ciencia y Tecnología (MCT),
de apoyo técnico al gobierno en la formulación, actualización e
implementación de la Política Nacional de Bioseguridad relativa
a organismos genéticamente modificados.
El cultivo de la soja RR fue liberado inicialmente en 1998 tras
diversas manifestaciones judiciales contra la medida. En cambio,
el algodón BT tuvo su cultivo liberado en marzo del pasado año.
El plantío del maíz continúa prohibido.
En el caso de la soja, el porcentaje de organismos genéticamente
modificados es libre, pero el fabricante de productos
alimentarios debe informar que en el producto hay elementos
transgénicos. El algodón tiene un carácter especial de
autorización de la CTNBio, originado por la escasez de semillas
del producto en 2004 y por la contaminación de algunas semillas.
La organización no gubernamental Greenpeace es contra la
liberación de los productos transgénicos. "Brasil es centro de
origen de algodón y la contaminación por transgénicos de esas
especies que son nativas y cultivadas hace miles de años
causaría lo que uno llama de pérdida de biodiversidad", afirma
la activista Gabriela Couto, que coordina la campaña de
ingeniería genética de la ONG.
El secretario de Biodiversidad y Bosques del Ministerio del
Medio Ambiente (MMA), João Paulo Capobianco, afirma que el
gobierno brasileño todavía no tiene una posición definida sobre
los transgénicos. Según él, hay en el gobierno opiniones de que
la información en los marbetes no necesita ser detallada, sólo
general, como por ejemplo "puede contener transgénico".
Actualmente, 11 solicitudes de liberación de organismos
genéticamente modificados están siendo evaluadas por la CTNBio.
Traducción: Alicia Rachaus |