Brazil
June 28, 2006
Embrapa participa de projeto
internacional sobre metodologias para garantir a biossegurança
na liberação de transgênicos
A Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia (Brasília-DF), uma
das 40 unidades da Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, faz parte de um
projeto internacional denominado GMO ERA, que tem como objetivo
desenvolver novas metodologias e aperfeiçoar as já existentes
para análise de riscos ambientais de organismos geneticamente
modificados – OGM’s. Como iniciativa dessa parceria, está sendo
realizado no Instituto Israel Pinheiro, em Brasília, DF, no
período de 20 a 23 de junho, o Workshop de Formação do Time de
Especialistas em Avaliação de Riscos Ambientais de OGM’s, que
conta com a participação de 24 especialistas brasileiros e 10
estrangeiros da Costa Rica, Estados Unidos, México, Peru, Suíça,
Tanzânia, Uganda e Vietnam.
O workshop tem como objetivo treinar os participantes para que
possam atuar como professores e disseminadores de conhecimentos
em seus países sobre três temas principais: fluxo de genes, que
é o movimento natural de genes entre populações de plantas (no
caso de organismos transgênicos, esse movimento pode ser ou não
desejável); efeitos sobre a biodiversidade e insetos não-alvo; e
manejo de resistência de insetos e plantas daninhas. Para isso,
estão sendo discutidas bibliografias e metodologias, que
resultarão em materiais impressos para serem utilizados em
cursos. Esse é o segundo workshop de formação de especialistas,
o primeiro foi realizado no Vietnam.
O GMO ERA, financiado pela Agência Suíça para o Desenvolvimento
e Cooperação, é uma iniciativa pioneira de 260 cientistas da
área ambiental que trabalham em instituições públicas e tem
cerca de 700 contatos em 116 países. Mais de 70% dos integrantes
desse grupo representam países em desenvolvimento. O grupo
regional da América Latina é coordenado pelas pesquisadoras da
Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, Eliana Fontes; e da
Embrapa Meio Ambiente, Deise Capalbo.
“A Embrapa começou a fazer parte do projeto GMO ERA em 2002 e
desde então várias iniciativas já foram realizadas, como
reuniões com os países participantes em São Paulo, Brasília e
mais recentemente uma participação na 3ª Reunião das Partes do
Protocolo de Cartagena sobre Biossegurança (MOP-3), em
Curitiba”, como explica a pesquisadora Eliana Fontes. Em todos
esses eventos, o objetivo sempre foi prover ferramentas e
capacitar os responsáveis (que podem ser reguladores e outros
interessados) por tomadas de decisão em todo o mundo, na
definição de informações e dados relevantes para as análises de
riscos ambientais relacionadas a organismos transgênicos.
“Sempre levando em conta as diversidades de sistemas agrícolas
entre os países”, enfatiza Eliana.
O projeto resultou também na publicação de dois livros sobre os
riscos de liberação de organismos geneticamente modificados no
meio ambiente: um que analisa esses riscos em relação a algodão
transgênico no Brasil, que conta com a participação da
pesquisadora Eliana Fontes como autora; e outro com o mesmo
enfoque sobre milho transgênico no Quênia. |