Embrapa
participa de projeto internacional sobre metodologias para
garantir a biossegurança na liberação de transgênicos
A Embrapa
Recursos Genéticos e Biotecnologia, uma das 40 unidades da
Empresa Brasileira de
Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento, faz parte de um
projeto internacional denominado GMO ERA, que tem como
objetivo desenvolver novas metodologias e aperfeiçoar as já
existentes para análise de riscos ambientais de organismos
geneticamente modificados – OGM’s. Como iniciativa dessa
parceria, está sendo realizado no Instituto Israel Pinheiro,
em Brasília, DF, no período de 20 a 23 de junho, o Workshop
de Formação do Time de Especialistas em Avaliação de Riscos
Ambientais de OGM’s, que conta com a participação de 24
especialistas brasileiros e 10 estrangeiros da Costa Rica,
Estados Unidos, México, Peru, Suíça, Tanzânia, Uganda e
Vietnam.
O workshop tem como objetivo treinar os participantes para
que possam atuar como professores e disseminadores de
conhecimentos em seus países sobre três temas principais:
fluxo de genes, que é o movimento natural de genes entre
populações de plantas (no caso de organismos transgênicos,
esse movimento pode ser ou não desejável); efeitos sobre a
biodiversidade e insetos não-alvo; e manejo de resistência
de insetos e plantas daninhas. Para isso, estão sendo
discutidas bibliografias e metodologias, que resultarão em
materiais impressos para serem utilizados em cursos. Esse é
o segundo workshop de formação de especialistas, o primeiro
foi realizado no Vietnam.
O GMO ERA,
financiado pela Agência Suíça para o Desenvolvimento e
Cooperação, é uma iniciativa pioneira de 260 cientistas da
área ambiental que trabalham em instituições públicas e tem
cerca de 700 contatos em 116 países. Mais de 70% dos
integrantes desse grupo representam países em
desenvolvimento. O grupo regional da América Latina é
coordenado pelas pesquisadoras da Embrapa Recursos Genéticos
e Biotecnologia, Eliana Fontes; e da Embrapa Meio Ambiente,
Deise Capalbo.
“A Embrapa
começou a fazer parte do projeto GMO ERA em 2002 e desde
então várias iniciativas já foram realizadas, como reuniões
com os países participantes em São Paulo, Brasília e mais
recentemente uma participação na
3ª Reunião das Partes do Protocolo de Cartagena sobre
Biossegurança (MOP-3), em Curitiba”, como explica a
pesquisadora Eliana Fontes. Em todos esses eventos, o
objetivo sempre foi prover ferramentas e capacitar os
responsáveis (que podem ser reguladores e outros
interessados) por tomadas de decisão em todo o mundo, na
definição de informações e dados relevantes para as análises
de riscos ambientais relacionadas a organismos
transgênicos. “Sempre levando em conta as diversidades de
sistemas agrícolas entre os países”, enfatiza Eliana.
O projeto
resultou também na publicação de dois livros sobre os riscos
de liberação de organismos geneticamente modificados no meio
ambiente: um que analisa esses riscos em relação a algodão
transgênico no Brasil, que conta com a participação da
pesquisadora Eliana Fontes como autora; e outro com o mesmo
enfoque sobre milho transgênico no Quênia.