Brasília, Brazil
July 27, 2006
Monique Maia e Roberta Lopes,
Agência Brasil
A Comissão Técnica Nacional
de Biossegurança (CTNBio) autorizou nesta semana quatro
projetos de pesquisa que prevêem o uso de áreas para plantação
planejada de organismos geneticamente modificados (OGM), os
chamados transgênicos. Dois dos projetos aprovados propõem
testar o comportamento do milho transgênico resistente a vespas
no meio ambiente. Também serão levadas a campo pesquisas com
algodão e batata, ambos resistentes a vírus.
Segundo a representante do
Ministério do Desenvolvimento Agrário no conselho, Magda Gebrim,
há 20% de pedidos para liberação de pesquisas com milho. “Vamos
trabalhar para definir as classes de risco dessas pesquisas.
Vamos buscar fazer com que a liberação planejada e comercial
para esses experimentos do milho ofereçam o menor risco para a
sociedade”.
De acordo com o representante
do Ministério do Meio Ambiente na reunião, Rubens Nodari, para a
aprovação de qualquer experimento de campo as empresas devem
conceder um conjunto de informações científicas como as
características do OGM, as possibilidades de cruzamento,
possíveis efeitos à saúde humana e ao meio ambiente.
“A CTNBio baseia a decisão em
duas instruções normativas: a número 3 e a número 10. A
Instrução Normativa nº 3 é utilizada quando é feito o primeiro
teste a campo. No caso da Instrução nº 10, ela é aplicada quando
já foi feita uma liberação a campo e já existe um relatório
sobre o que ocorreu”, informa.
O representante do ministério
explica que em outra etapa a CTNBio analisa os dados da estação
experimental, ou seja, a área em que será realizada o estudo. A
distância entre as plantações da empresa e dos vizinhos devem
ser informados à comissão.
Durante a reunião ficou
decidido que, ao plantar o milho geneticamente modificado, as
empresas devem deixar um raio de 400 metros de bordadeira ou o
equivalente para uma plantação de cerca de 20 linhas de milho
não-transgênico. No entanto, caso não exista espaço suficiente,
as empresas devem esperar 40 dias para plantar.
“Outro aspecto que verificamos
é se essa área tem segurança, ou seja, se está cercada e
protegida para que os OGMs não sejam disseminados por pessoas
estranhas. Então com esse conjunto de informações é que baseamos
a decisão de fazer o deferimento ou não”, esclarece Rubens
Nodari.
Apesar de quatro projetos terem
sido liberados para a pesquisa em campo, dez não foram aprovados
por falta de informações exigidas pela CTNBio. Segundo o
representante do MMA, os processos foram devolvidos e as
deliberações só devem sair na próxima reunião, agendada para o
mês que vem. |