Brasília, Brasil
December 4, 2006
Com esse número, o banco
genético brasileiro de espécies vegetais passa a ser o 7º maior
do mundo. Solenidade em homenagem ao 32º aniversário vai contar
também com inauguração de quiosque para inclusão digital de
empregados.
A Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, uma das 41
unidades da Empresa Brasileira
de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, localizada em Brasília,
DF, completou, no dia 22 de novembro de 2006, 32 anos de
existência com um importante resultado para comemorar: o
depósito de 100 mil amostras de sementes nas suas câmaras frias
de conservação. No dia 07 de dezembro, às 10h30, durante a
solenidade em homenagem ao aniversário da Unidade, o
Diretor-Presidente da Embrapa, Sílvio Crestana, fará o depósito
simbólico de sementes de feijão nas novas câmaras frias, que
serão também inauguradas durante o evento. Trata-se de um
complexo de seis novas câmaras que vão dobrar a capacidade de
armazenamento de 120 para 240 mil amostras de sementes.
Esse número torna o banco genético brasileiro o 7º maior de todo
o mundo, empatado com o do Canadá. Em primeiro, estão os Estados
Unidos, com 466 mil amostras; seguidos pela China, com 360 mil;
Alemanha, com 160 mil; Japão, com 147 mil; Índia com 144 mil e
Coréia, com 115 mil.
Nesse banco genético de espécies vegetais, conhecido no meio
científico como coleção de base, estão conservadas 100 mil
sementes de importância sócio-econômica em câmaras frias a 20ºC
abaixo de zero, onde podem permanecer por mais de cem anos. É
claro que periodicamente são feitos testes para avaliar o seu
potencial de germinação. As espécies com maior número de
amostras na coleção são aquelas de maior importância na
alimentação do povo brasileiro, ou seja: soja, arroz, feijão,
trigo e milho, mas o banco inclui ainda inúmeras outras
espécies, como medicinais, fruteiras e arbóreas, entre muitas
outras.
As espécies que compõem a coleção de base da Unidade são
resultantes de expedições de coleta realizadas em todas as
regiões brasileiras e também do intercâmbio com outras
instituições de pesquisa e universidades do Brasil e do
exterior.
A Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia investe na
conservação de espécies vegetais, animais e de microrganismos
desde a sua criação, em 1974, com o objetivo de preservar o
passado e garantir a diversidade alimentar das futuras gerações.
Conservação: fundamental para garantir a segurança alimentar
As espécies vegetais conservadas no banco genético da Embrapa
Recursos Genéticos e Biotecnologia foram fundamentais para
enriquecer a agricultura e resgatar a cultura de povos
indígenas, como os Krahôs, do Tocantins, e mais recentemente, de
outros povos indígenas, como da etnia Guarani e algumas tribos
do Xingu.
Além dos povos indígenas, as variedades primitivas conservadas
pela Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia em suas câmaras
frias beneficiaram também os pequenos produtores da região de
Alto Paraíso de Goiás. Em 2004, eles procuraram a Unidade em
busca de uma variedade de trigo denominada “trigo veadeiro”,
muito produtiva e adaptada às condições da região, mas que
desapareceu em função do cultivo comercial. Esse contato levou a
um convênio com a prefeitura de Alto Paraíso e hoje as sementes
desse trigo já estão sendo amplamente cultivadas por pequenos
produtores locais.
Esses são apenas exemplos de êxito dos esforços de conservação,
que vêm sendo realizados pela Embrapa Recursos Genéticos e
Biotecnologia, em parceria com outras instituições brasileiras e
internacionais há mais de três décadas. “Muitos outros
resultados positivos ainda virão, pois a natureza é uma fonte
interminável de genes. E o nosso papel, como cientistas, é
buscar nela as matérias-primas para desenvolver pesquisas em
prol da agricultura e, acima de tudo, da sociedade brasileira”,
como explica Maria Magaly Wetzel, pesquisadora da Embrapa
Recursos Genéticos e Biotecnologia, desde a sua criação.
Solenidade de aniversário vai contar também com inauguração
de terminal eletrônico para inclusão digital de empregados
Durante a solenidade em homenagem ao 32º aniversário da Embrapa
Recursos Genéticos e Biotecnologia, o Diretor-Presidente da
Embrapa, Sílvio Crestana, vai inaugurar também um terminal
eletrônico, denominado “Quiosque RH”, que tem como objetivo
permitir a inclusão digital de todos os empregados da Unidade. O
quiosque, equipado com computador, impressora, televisão e
vídeo, vai possibilitar que os empregados fiquem mais informados
sobre a Embrapa e também que resolvam questões referentes à área
de recursos humanos, como acesso ao contracheque e plano de
saúde, entre outras.
Segundo a Chefe Administrativa da Embrapa Recursos Genéticos e
Biotecnologia, Maria do Rosário de Moraes, esse novo espaço que
ficará localizado em uma área de acesso fácil para todos os
empregados da Unidade, prevê ainda o cadastramento de contas de
e-mails para aqueles que ainda não têm acesso a esse serviço.
Além de treinamento para que possam acessar equipamentos, os
empregados serão assessorados por um atendente, que ficará na
área do quiosque.
A solenidade em homenagem ao 32º aniversário da Embrapa
Recursos Genéticos e Biotecnologia será realizada no dia 07 de
dezembro, às 10h30, no Parque Estação Biológica – PqEB – Final
da Av. W5 Norte.
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Brazilian gene bank becomes world's seventh largest
By Marina Ramalho,
SciDev.Net
A Brazilian gene bank of plant
seeds has become the world's seventh largest, behind banks in
United States, China, Germany, Japan, India and South Korea.
Gene banks store genetic material
from plants or animals — such as seeds, spores or eggs — frozen
in cold chambers at minus 20 degrees Celsius, keeping it intact
for over 100 years for later use.
Last week, the number of seed samples stored in the gene bank
managed by the Brazilian Agricultural Research Corporation
(Embrapa) reached 102,000, representing genetic material
collected from 500 different plant species.
Magaly Wetzel, a coordinating manager of the 30-year-old gene
bank, said that conserving a rich variety of seeds is essential
for a country with a strong agribusiness sector like Brazil.
"The seeds provide a wide range of genes that can be used to
develop more suitable crops for every Brazilian region. With
genetic improvement it's possible to originate plants with
resistance to diseases or to dryness," said Wetzel, who is a
researcher at the Genetic Resources and Biotechnology Unit of
Embrapa.
Gene banks can also help prevent species extinction. If the
seeds are stored, plants that no longer sprout naturally can be
reintegrated into agriculture.
This has been done by several indigenous communities — such as
the Krahô, Guarani and Indian tribes from the Xingu river basin
in Brazil — that approached Embrapa asking for primitive plants
seeds that no longer germinate. The species were important not
only to their agricultural system but also to their cultural
rituals.
Samples with commercial value — especially soybean, rice, beans
and corn — are conserved, as well as primitive ones like cotton
and cassava.
Wetzel says four new cold chambers will open this month,
doubling the bank's capacity to 240,000 samples.
"Now we have to work to fill them. Agriculture sustains men, but
only genetic resources can ensure a sustainable agriculture,"
she told SciDev.Net.
New seeds are constantly added to the bank from international
exchanges and field collections. Regular tests evaluate their
germination ability.
The world's largest seed bank is managed by the Agriculture
Research Service of the United States Department of Agriculture.
It holds more than 460,000 seed samples and has the capacity to
store up to 1 million. |