Em busca de oferecer mais opções
de plantio aos agricultores, a Embrapa Arroz e Feijão (Santo
Antônio de Goiás-GO), em parceria com o Centro Internacional de
Agricultura Tropical (CIAT), está lançando a variedade de feijão
BRS Horizonte. Trata-se de uma cultivar do grupo carioca, tipo
de grão preferido pelo brasileiro e que abrange 70% do mercado
nacional. Recomendada para os estados das regiões Sul e
Centro-Oeste, a BRS Horizonte tem porte ereto de planta, o que
facilita a vida dos produtores rurais que fazem a colheita
mecanizada, evitando perdas significativas na hora da retirada
do produto do campo. A BRS Horizonte foi desenvolvida pelo
programa de melhoramento do feijoeiro comum da Embrapa Arroz e
Feijão, unidade da Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
De ciclo mais reduzido, cerca
de 85 dias, a cultivar apresenta resistência a cinco raças do
fungo causador da doença antracnose e ao vírus do mosaico comum.
A variedade tem ainda boa resistência ao acamamento, tendência
da planta se "deitar" sobre o solo por causa do peso dos grãos.
A linhagem de feijão que deu
origem a BRS Horizonte foi avaliada a campo no período de 2001 a
2004 junto com duas outras variedades, em um total de 33
ambientes nos estados de Santa Catarina, Paraná e Goiás, além do
Distrito Federal.
Embora não tenha se destacado
pela produtividade, média geral de 2.362 quilos por hectare
contra 2.418 quilos por hectare obtida pela soma das demais, a
BRS Horizonte mostrou possuir características agronômicas
desejáveis e qualidade nutricional um pouco diferenciada.
"Os grãos da cultivar
apresentam 26% de teor de proteína, enquanto que os das
variedades Pérola e Iapar 81 alcançam, respectivamente, 21% e
23%", afirma o pesquisador Luis Cláudio de Faria, melhorista da
Embrapa Arroz e Feijão.
Neste inverno, estão sendo
multiplicadas sementes da BRS Horizonte e a previsão é de que já
a partir da próxima safra 2006/07 o produtor rural possa
cultivá-la. Esse lançamento só foi possível graças ao trabalho
de cooperação entre universidades, associações de produtores,
escolas agrotécnicas, instituições públicas de extensão rural e
iniciativa privada, as quais apoiaram o processo de avaliação da
cultivar.
by Rodrigo Peixoto