Uma cesta que facilita a colheita do figo e garante maior higienização e limpeza, novas cultivares de cevada e arroz para a Região Sul, tecnologias para monitoramento e manejo das florestas e um novo Cadastro Vitícola são as novidades que a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura e do Abastecimento, apresentará na Expointer 2005, uma das mais importantes exposições agropecuárias da América Latina, que acontece em Esteio (RS), de 27 de agosto a 4 de setembro.

Os lançamentos serão apresentados pelo ministro da agricultura, Roberto Rodrigues e pelo diretor-presidente da Embrapa, Silvio Crestana, no dia 2 de setembro, às 14 horas, na Casa da Tecnologia, localizada próxima à pista central do Parque de Exposições Assis Brasil.

Para minimizar os impactos negativos no transporte, garantir a qualidade e dar segurança ao processo de pós-colheita do figo, a Embrapa Instrumentação Agropecuária (São Carlos - SP), em parceria com a Unicamp, desenvolveu, com o auxílio da tomografia de ressonância magnética nuclear, uma cesta, onde cada fruto é colocado em células individuais e anatômicas e o pedúnculo fica para baixo, evitando danos mecânicos e manchas.

Com isso, evita-se a cesta de bambu hoje utilizada, na qual os frutos ficam um sobre o outro e manchados pelo látex que escorre de pedúnculo recém-destacado, formando um depósito propício à contaminação. A nova cesta é mais higiênica, ergonômica e foi construída com material totalmente lavável, o que evita a contaminação por microorganismos indesejáveis.

As perdas pós-colheita do figo chegam à 40%. Delicado e exigindo cuidados, ele está entre as vinte principais frutas exportadas pelo Brasil. Ocupa a terceira posição no ranking de volume comercializado entre as frutas de clima temperado, com 0,9 mil toneladas, e uma receita de US$ 2,109 milhões em 2004, ficando atrás apenas da maçã, com 153,0 mil toneladas, e da uva com 28,8 mil toneladas.

Durante a Expointer a Embrapa lançará também quatro cultivares: uma de arroz e três de cevada. A BRS Querência é uma cultivar de arroz com alto rendimento (67% de grãos inteiros e resistência genética ao estresse ambiental), o que possibilita redução de custos e menor necessidade no uso de defensivos.

As cultivares de cevada BRS Marciana, BRS Mariana e BRS Lagoa possuem ciclo precoce, classificação comercial acima de 90% de grãos classe 1, resistência às principais doenças que atacam a cevada e rendimentos entre 4.000 e 4.800 kg/ha. A BRS Mariana é amplamente adaptada às regiões produtoras de cevada cervejeira do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.

Na área de manejo florestal será sendo lançado o Monitoramento Aereoexpetido, uma técnica inédita no Brasil, utilizada para identificação e mapeamento de doenças e pragas florestais. Permite, ainda, a identificação de desmatamento, queimadas, animais e acompanhamento do crescimento da floresta nativa. Dois outros lançamentos são os softwares SisAcácia e SisAraucária que contém informações sobre plantio e manejo dos sistemas de produção da acácia e da araucária.

Outra novidade é o Cadastro Vitícola do Rio Grande do Sul (2001/2004), que disponibiliza informações específicas sobre identificação e descrição dos parreirais, além de dados sobre destino das uvas produzidas em cada safra. O visitante também encontrará no estande da Embrapa, informações sobre o projeto xisto agrícola, que monitora o potencial de seqüestro e/ou emissões de gases de efeito estufa; o cultivo de mamona para conversão de biodiesel; o espectrômetro de ressonância magnética, que permite analisar em segundos teores de óleo sem destruir as sementes; e uma solução simples e barata de saneamento básico na zona rural, a fossa biodigestora.

Na área externa serão expostos alguns exemplares de capivaras, uma espécie que vem sendo criada em cativeiro e testada para a oferta de carnes exóticas no Estado.