Brazil
November 1, 2005
Ituverava, no noroeste do estado de São Paulo, é o primeiro foco
de ferrugem confirmado na região sudeste do Brasil. A área de 25
hectares foi plantada no final de agosto, cultivada sob pivô
central e está em estágio R 5.2. O foco foi identificado pelo
engenheiro agrônomo Fernando Pimenta, da empresa Agrotech, e
confirmado pelo laboratório de fitopatologia da Faculdade Dr.
Francisco Maeda (Fafram), integrante do Consórcio Antiferrugem.
Segundo Pimenta, a região está dando início aos plantios de
verão e há lavouras recém-germinadas distantes cerca de 1000
metros do foco de ferrugem. Na propriedade onde foi encontrado o
foco, o controle químico foi realizado preventivamente e mesmo
assim foram observadas lesões nas folhas de baixo das plantas.
“Essas áreas de pivô são as “pontes verdes” para o fungo, uma
vez que o mesmo necessita de hospedeiro para sobreviver e se
multiplicar. Por mais eficiente que seja o controle ele não
consegue erradicar a doença da lavoura porque a eficiência nunca
é de 100%. Os produtores na região devem fazer o monitoramento
porque, apesar do fungo estar presente, isso não garante que ele
vá aparecer nas lavouras que estão sendo implantadas.”, explica
Cláudia Godoy, pesquisadora da Embrapa Soja (Londrina- PR)
Unidade da Empresa Brasileira de
Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao
Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
As informações do agrônomo indicam que a doença ainda não está
em um nível alarmante. Os focos são encontrados mais facilmente
na parte baixa da planta, ainda em baixa severidade, apresentado
de 2 a 3 pústulas por planta de soja. “A parte baixa da planta
tende a ficar sem proteção de fungicida, em função da
dificuldade do fungicida penetrar na planta quando a cultura
esta fechada”, explica a pesquisadora da Embrapa.
A presença do fungo na região reforça a importância do
monitoramento já nas áreas recém-semeadas. “As condições
climáticas vão determinar a evolução da doença. Temperaturas que
favorecem o crescimento e desenvolvimento de plantas de soja
também favorecem o desenvolvimento da ferrugem. Temperaturas
inferiores a 15oC ou superiores a 30oC, associadas com condições
secas, retardam o desenvolvimento da ferrugem”, lembra Godoy.
A pesquisadora, que também acompanha uma propriedade em
Miguelópolis - SP informa que no município também há suspeitas
de focos de ferrugem. Tradicionalmente, a região Noroeste de São
Paulo, planta soja precoce e no último ano, em função da seca,
houve baixa pressão da doença na região. |