O Consórcio Anti-ferrugem,
coordenado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento (MAPA), realiza nos 24 e 25 de maio, em Londrina,
PR, uma reunião de avaliação das atividades realizadas durante a
última safra de soja. Segundo pesquisadores da
Embrapa Soja (Londrina –
PR), uma das entidades envolvidas no consórcio, foram treinados
mais de 5600 Agentes da Assistência Técnica e realizadas
palestras que atingiram mais de 38 mil produtores.
“Foi uma iniciativa
extremamente positiva, que conseguiu reunir entidades públicas e
privadas numa força-tarefa para solução de um problema grave da
agricultura brasileira”, diz Amélio Dall´Agnol, coordenador do
consórcio. A reunião é dirigida a técnicos do MAPA e
profissionais das entidades que constituem o consórcio, que
atuam nas áreas de pesquisa, ensino, assistência técnica e
produção de insumos.
O impacto econômico da ferrugem
é um dos temas que serão abordados durante a reunião, por Sávio
Rafael Pereira, coordenador de oleaginosas e fibras da Área de
Política Agrícola do MAPA. Segundo Pereira, para o agricultor
brasileiro a ferrugem da soja já foi incorporada ao custo total
da produção e representa um aumento de 8% do custo variável dos
insumos da produção.
Para ele, a ferrugem exige um
manejo mais sofisticado da cultura e um controle ainda maior das
doenças, principalmente as de final de ciclo da soja, o que,
apesar de parecer um contra-senso, pode até acabar significando
um ganho de produtividade no futuro.
O MAPA deve apresentar, ainda,
as ações que o órgão sugere para evitar a sobrevivência do fungo
na entressafra. André Peralta da Silva, chefe do Serviço de
Educação Fitossanitária do órgão, deve apresentar, entre outros
assuntos, orientações sobre o plantio irrigado no inverno,
considerado um problema por favorecer a multiplicação do fungo
para a safra de verão.
O problema de fitotoxicidade
dos fungicidas também promete grandes discussões. Durante a
safra, produtores relataram a ocorrência de “queimaduras nas
folhas”, provocadas por um grupo de fungicidas.
Segundo pesquisadores da
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada
ao MAPA, esse dano causado na planta está relacionado às
condições climáticas no momento da aplicação, à mistura do
fungicida com outros produtos e sua intensidade tem variado
bastante em função da sensibilidade da cultivar semeada.
Representantes das empresas envolvidas também terão a
oportunidade de apresentar sua visão sobre o tema.
No dia 25 os grandes temas dão
lugar às discussões sobre os rumos que o Consórcio deve tomar.
Haverá palestras sobre avanços para um novo sistema de alerta e
a reformulação da “palestra padrão” que é ministrada em todo o
Brasil.
“O Sistema de alerta tem se
mostrado uma ferramenta eficaz na disseminação de ocorrências de
focos de ferrugem em todo o Brasil e estamos trabalhando em seu
aperfeiçoamento”, explica o pesquisador da Embrapa Soja, Rafael
Moreira Soares. No mês de janeiro deste ano, quando o número de
focos no país atingiu o ápice, a página do Sistema de Alerta
contabilizou mais de 20 mil acessos.
Reunião do Consórcio
Anti-ferrugem
Local: Hotel Crystal – Londrina – PR
Horário: Terça-feira, das 8h30 às 18 horas, Quarta-feira, das
8h15 às 12 horas