No dia 27 de maio, os agricultores
sergipanos terão a oportunidade de conhecer uma variedade de
milho, totalmente adaptada às condições do Semi-Árido
nordestino. É o BRS Caatingueiro, desenvolvido pela Embrapa
Tabuleiros Costeiros (Aracaju – SE) e pela Embrapa Milho e Sorgo
(Sete Lagoas – MG), unidades da
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
A apresentação oficial dessa
nova variedade será feito na sede da Associação Atlética Banco
do Brasil (AABB) de Nossa Senhora da Glória (SE), a partir das 9
horas, com a presença de autoridades, agentes financeiros,
lideranças municipais e agricultores.
O milho Caatingueiro tem um
ciclo superprecoce. Após o plantio, ele precisa de apenas 90
dias para atingir a época de colheita. Essa superprecocidade é
muito importante para assegurar uma boa produtividade em um
curto período chuvoso com menos riscos de frustrações de safras,
freqüentes no Semi-Árido. Se a distribuição das chuvas for
regular, a safra já está garantida com 65 a 70 dias de plantio.
A produtividade média do
Caatingueiro é de duas três toneladas por hectare, mas ele tem
potencial genético para atingir até cinco toneladas por hectare.
A expectativa é que essa variedade atenda às necessidades
principalmente dos pequenos produtores familiares, uma vez que
aproximadamente 75% das propriedades do Semi-Árido tem menos de
10 hectares, caracterizando uma agricultura de subsistência.
De acordo com o pesquisador
Hélio Wilson de Carvalho, da Embrapa Tabuleiros Costeiros – um
dos responsáveis pelo desenvolvimento do Caatingueiro,
juntamente com o pesquisador Manoel Xavier dos Santos, da
Embrapa Milho e Sorgo – esses pequenos agricultores exploram a
terra intensivamente, usando a força de trabalho humana ou
animal e implementos agrícolas de baixa eficiência.
“Além disso, eles dispõem de
poucos recursos, encontram dificuldades para ter acesso ao
crédito e não têm nenhum tipo de orientação técnica” explica
Carvalho. Segundo ele, atualmente cerca de 1,5 milhão de
hectares do Semi-Árido são cultivados com sementes de milho de
baixa qualidade e ciclo tardio, geralmente adquiridas em feiras.
“Daí a importância de lançarmos um milho como o Caatingueiro”,
ressalta o pesquisador, lembrando que esse ecossistema tem uma
área de 754.600 quilômetros quadrados e ocupa quase metade das
terras do Nordeste.
Confira as características
médias do Caatingueiro:
Tipo: variedade de polinização aberta;
50% do florescimento masculino: 41 a 55 dias;
50% do florescimento feminino: 43 a 57 dias;
Ciclo: superprecoce;
Graus dias: 702;
Altura de planta: 1,70 a 1,90 metro;
Altura de espiga: 0,70 a 0,90 metro;
Tolerância ao acabamento: boa;
Tolerância ao quebramento: boa;
Tipo de grãos: semi-duros;
Coloração dos grãos: amarela-alaranjada;
Número de fileiras nas espigas: 12 a 14;
Comprimento da espiga: 14 a 17 cm;
Reação às enfermidades foliares: não tem sido observada a
ocorrência de doenças na região;
Região de adaptação: Nordeste brasileiro com foco no Semi-Árido;
Potencial genético de produtividade: 5 toneladas por hectare
Produtividade média: 2 a 3 toneladas por hectare no Semi-Árido.
Obs.: Os valores médios podem variar dependendo das condições
ambientais.