Em
abril de 2005, a Embrapa
Soja completa 30 anos, portanto sua participação na 45 Exposição
Agropecuária e Industrial de Londrina, que será realizada de 7 a
17 de abril, em Londrina (PR) será direcionada a expor o futuro
da pesquisa. “A idéia é apresentar 16 tecnologias que estarão
disponíveis aos produtores rurais a curto (entre um e dois
anos), médio (entre 2 e 5 anos) e longo prazos (entre 5 e 10
anos) para as culturas de soja e girassol no Brasil e trigo no
Paraná”, explica a chefe geral da Embrapa Soja, Vania
Castiglioni.
Hoje, por exemplo, apenas 3% do
óleo de soja produzido é aplicado industrialmente. Para os
próximos 2 anos, a Embrapa Soja quer mudar este cenário com
articulação entre indústrias e instituições de pesquisa
nacionais e internacionais para estímulo a novos usos para a
soja no Brasil como: tinta de soja, lubrificantes e cosméticos.
Estes produtos, já disponíveis no mercado americano, serão
demonstrados na Expo Londrina.
Também serão demonstradas
cultivares de soja resistentes a herbicidas. Desde 1997, em
parceria com a iniciativa privada, a Embrapa Soja passou a
incorporar às suas cultivares de soja o gene RR, que confere
tolerância ao herbicida Roundup. Já foram desenvolvidas 11
cultivares de soja tolerantes ao glifosato, que estarão
disponíveis ao produtor na safra 2006/07.
Em cinco anos
Dentro de cinco anos, a Embrapa
quer colocar no mercado o micro-torrador de soja, que funciona
com energia solar. O diferencial do equipamento é que ao torrar
a soja elimina-se o inibidor de tripsina, fator indesejável na
formulação de rações, porque prejudica a absorção de proteína
pelos animais.
Os pesquisadores também estão
aperfeiçoando a formulação do Baculovírus, inseticida biológico
usado para controle biológico da lagarta da soja, para garantir
maior eficiência e rapidez para controle a lagarta. Algumas das
substâncias utilizadas nessas formulações são branqueadores
óticos e lignina, que funcionam como protetores solares do
vírus. Com isso, o vírus é protegido da radiação solar,
aumentando sua sobrevida no campo e melhorando sua eficiência.
Próximos 10 anos
Dentro de 10 anos, a Embrapa
Soja e o instituto de pesquisa japonês JIRCAS pretendem
minimizar um dos grandes problemas da sojicultura hoje: a falta
de água em fases importantes do desenvolvimento da cultura. Por
isso, têm sido introduzidos de genes de tolerância à seca
–chamados DREB - em plantas. Esses genes ativam uma série de
outros genes de defesa que aumentam a capacidade da planta em
suportar períodos de falta de água.
Outro grande desafio da Embrapa
Soja é o desenvolvimento de cultivares resistentes à ferrugem.
Técnicas moleculares são usadas pelos pesquisadores para
auxiliar na introdução de novas fontes de tolerância à ferrugem
na soja. O objetivo é disponibilizar cultivares tolerantes à
ferrugem no mercado, entre 5 e 10 anos.