Brasilia, Brasil
January 25, 2005
O ministro da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Roberto Rodrigues,
afirmou hoje que a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
(Embrapa) vai continuar trabalhando com a agricultura familiar,
independente da mudança na sua diretoria.
De acordo com Rodrigues, a agricultura familiar é
um tema que vem sendo trabalhado pela Embrapa desde a sua
criação e terá continuidade por ser uma parte importante da
agricultura. "É falsa a dicotomia entre a agricultura familiar e
a empresarial. O agronegócio é a soma de todas as cadeias
produtivas que têm na atividade rural sua espinha dorsal. Não há
razão para se dizer que há guerra, distância ou prevalência
entre as duas agriculturas".
Ele lembrou ainda que o novo presidente da
instituição, Silvio Crestana, veio de uma família de
agricultores familiares e que ele mesmo já disse que não tratar
desse tema seria renegar as próprias origens.
O ministro informou que a Embrapa continuará a
cuidar de todos os setores da agricultura, dando ênfase à
pesquisa e à difusão tecnológica para os pequenos produtores.
Rodrigues rebateu ainda as críticas de que a troca no comando da
Embrapa seria uma prevalência dos defensores da transgenia sobre
os ambientalistas.
Rodrigues disse que essa afirmação não é
verdadeira e prova disso é que uma das novas diretoras da
Embrapa, Tatiana de Sá, é da área ambiental, especialista em
manejo e recursos naturais sustentáveis.
O anúncio das mudanças na diretoria da Embrapa
foi feito na última quinta-feira (20/01), quando Rodrigues
nomeou Silvio Crestana, pesquisador de carreira da Embrapa, para
substituir Clayton Campanhola, atual presidente da instituição.
O ministro explicou que estava aguardando a reunião do Conselho
de Administração da Embrapa, que formalizou a mudança na
diretoria, o que ocorreu hoje (25/01), para se manifestar
publicamente sobre a troca.
"As mudanças se inserem no conjunto
de reformas estruturais do Ministério da Agricultura, publicadas
ontem (24/01) no Diário Oficial da União". Rodrigues informou
ainda que o objetivo principal da troca foi o de ter uma
diretoria com a visão estratégica para o futuro da empresa e seu
papel. "Havia muito reclame, que vinha de dentro da própria
empresa, que tem 32 anos, e precisava fazer uma revisão no seu
papel".
O ministro destacou que, para a
escolha, foram avaliados os critérios de competência técnica e
reconhecimento da comunidade acadêmica; regionalismo, no sentido
de dar representatividade a todas as regiões do país; gênero; e
diferentes especialidades, para se ter uma visão plural sobre o
futuro da empresa. |