Brasil
January 25, 2005
Depois de mais de cinco anos de
pesquisas, a Embrapa
Tabuleiros Costeiros (Aracaju - SE) e a Embrapa Milho e Sorgo
(Sete Lagoas - MG) - Unidades da Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento - desenvolveram o milho Caatingueiro, totalmente
adaptado às condições do Semi-Árido nordestino. O lançamento
oficial dessa nova variedade está previsto para abril de 2005.
O milho
Caatingueiro tem um ciclo superprecoce. Após o plantio, ele
precisa de apenas 90 dias para atingir a época de colheita. Essa
superprecocidade é muito importante para assegurar uma boa
produtividade em um curto período chuvoso com menos riscos de
frustrações de safras, freqüentes no Semi-Árido. Se a
distribuição das chuvas for regular, a safra está garantida com
65 a 70 dias de plantio.
A
produtividade média do Caatingueiro é de duas três toneladas por
hectare, mas tem potencial genético para atingir até cinco
toneladas por hectare. A expectativa é que essa variedade atenda
às necessidades principalmente dos pequenos produtores
familiares, uma vez que aproximadamente 75% das propriedades do
Semi-Árido tem menos de 10 hectares, caracterizando uma
agricultura de subsistência.
De acordo com
o pesquisador Hélio Wilson de Carvalho, da Embrapa Tabuleiros
Costeiros - um dos responsáveis pelo desenvolvimento do
Caatingueiro, juntamente com o pesquisador Manoel Xavier dos
Santos, da Embrapa Milho e Sorgo - esses pequenos agricultores
exploram a terra intensivamente, usando a força de trabalho
humana ou animal e implementos agrícolas de baixa eficiência.
"Além disso,
eles dispõem de poucos recursos, encontram dificuldades para ter
acesso ao crédito e não têm nenhum tipo de orientação técnica"
explica Carvalho. Segundo ele, atualmente cerca de 1,5 milhão de
hectares do Semi-Árido são cultivados com sementes de milho de
baixa qualidade e ciclo tardio, geralmente adquiridas em feiras.
"Daí a importância de lançarmos um milho como o Caatingueiro",
ressalta o pesquisador, lembrando que esse ecossistema tem uma
área de 754.600 quilômetros quadrados e ocupa quase metade das
terras do Nordeste.
by Eduardo
Pinho |