Brasil
January 25, 2005
Várias cultivares de soja poderão
ser lançadas na próxima safra pela
Embrapa Cerrados
(Planaltina-DF), unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento. Os lançamentos são decorrentes do Convênio
Cerrados, uma parceria da Embrapa Cerrados com o Centro
Tecnológico para a Pesquisa Agropecuária (CTPA) e AGENCIARURAL
de Goiás.
Os
lançamentos futuros incluem cultivares convencionais e
cultivares transgênicas, de ciclo precoce, médio e tardio. Essa
classificação se refere ao período entre plantio e colheita da
soja. Esse tempo nas precoces é de até 115 dias, nas médias
varia de 116 a 130 dias e nas tardias acima de 130 dias.
O pesquisador
Plínio Itamar de Souza explica que essa diversidade de
variedades, com diferentes ciclos, é importante para dar maior
garantia ao negócio. A vantagem de se fazer escalonamento de
plantio é a possibilidade de reduzir os prejuízos. Se o produtor
tem uma área inteira plantada com a mesma variedade sua lavoura
estará mais suscetível às perdas com doenças, insetos e
veranicos. A diversidade de variedades também permite o
planejamento do maquinário, diminuindo os custos.
Cerca de 60%
das variedades de soja plantadas no Brasil são resultantes de
pesquisas realizadas pela Embrapa. Desde a década de 80,
pesquisadores da Embrapa têm criado variedades adaptadas à
região tropical brasileira. As variedades responsáveis pelo
incremento do plantio de soja na região do Cerrado foram as
cultivares Doko e Cristalina (sementes FT). Atualmente a
cultivar mais plantada é a Conquista.
O Brasil é o
segundo produtor mundial de soja. Em 2003, a produção nacional
foi de 52.210 toneladas, das quais 59,7% (31.186 toneladas)
foram provenientes do Cerrado. O programa de pesquisa de soja de
Embrapa Cerrados tem a finalidade de lançar variedades mais
produtivas e estáveis, tolerantes aos obstáculos ambientais,
resistente às pragas e doenças e com alta qualidade de semente.
Os pontos de
testes dos experimentos conduzidos pela Embrapa Cerrados são as
fazendas de produtores de Goiás, Minas Gerais, Tocantins, Bahia,
Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Distrito Federal,
Maranhão e Rondônia. “Essa é uma característica do nosso
programa. Não temos estações experimentais, isso nos permite
selecionar materiais mais estáveis por conduzirmos nossas
pesquisas junto aos produtores. Só lançamos materiais se forem
superiores as variedades já utilizadas em cada região”, afirma
Plínio de Souza.
Custeio da
pesquisa
O CTPA é uma
sociedade limitada formada por 29 sócios cotistas, todos
produtores de sementes. O superintendente executivo do CTPA,
Arthur Toledo, os gerentes de produção e
administrativo-financeiro, respectivamente, José Eduardo Barbosa
de Souza e Leonice Pereira Mendanha, estiveram, no dia 19 de
fevereiro, visitando a Embrapa Cerrados. De acordo com Toledo, o
investimento total do CTPA no Convênio Cerrados, no ano passado,
foi de R$ 4,62 milhões.
O
superintendente do CTPA apresentou o Plano Estratégico de
Desenvolvimento Organizacional e Marketing ao chefe-geral da
unidade, Roberto Teixeira Alves, ao chefe de Pesquisa e
Desenvolvimento José de Ribamar N. dos Anjos, a chefe de
Comunicação e Negócios Maria Alice de Oliveira e a equipe do
programa de melhoramento da soja, liderada pelo pesquisador
Plínio de Souza.
Além de
assistirem palestras do chefe-geral da Embrapa Cerrados e do
pesquisador Plínio de Souza, os diretores do CTPA conheceram as
instalações da Embrapa Cerrados, especialmente os laboratórios
de Biofísica Ambiental, Microbiologia do Solo, de Sementes e de
Controle Biológico de Pragas. A visita foi encerrada com uma
reunião com toda a equipe de pesquisa, inclusive os 16
funcionários do CTPA lotados na Embrapa Cerrados. |