Brasil
January 13, 2005
O Consórcio Anti-Ferrugem,
coordenado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento, acaba de confirmar a ferrugem asiática da soja em
três municípios do Tocantins e um de Rondônia, elevando de 10
para 12 os estados brasileiros (MT, PR, RS, MA, GO, MS, MG, SP,
SC, DF, TO e RO) com a presença da doença. O número de focos no
Brasil também sobe para 216.
No Tocantins,
a ferrugem asiática foi detectada, na safra passada, também em
janeiro, mas o grau de severidade da doença está bem menor. A
informação é do pesquisador Rodrigo Brogin, da Embrapa
Soja(Londrina-PR). Nesta safra, os produtores conseguiram fazer
as aplicações de fungicidas no momento correto, porque as
condições climáticas foram favoráveis, ou seja, não houve chuvas
intermitentes como ocorreu na safra passada, diz Brogin. Além
disso, os produtores estavam bastante conscientes do problema e
fizeram um monitoramento bastante efetivo.
Para o chefe
de pesquisa da Embrapa Soja, João Flávio Veloso, em função das
irregularidades das chuvas, durante a safra, vários cultivos
foram atrasados. Por isso, a quantidade de fungo que estará no
ar no final do ciclo da soja pode atingir com mais severidade os
cultivos tardios. Também é preciso muita atenção, nesse momento,
às lavouras que entram na fase de enchimento de grão, porque
esta é a mais crítica para o aparecimento da doença. Os
produtores devem estar prontos para aplicar fungicidas, se
necessário, alerta Veloso.
A Bahia, que
na safra 2001/2002, sofreu ataque severo da ferrugem, nesta
safra, comemora a ausência da doença até o momento. No ano
passado, a Embrapa Soja,Unidade da Empresa Brasileira de
Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento, treinou vários profissionais no
Estado, responsáveis pela multiplicação das informações. O alto
nível de informação sobre a doença, adquirido nas safras
passadas, está sendo refletido agora. Além desse fato, a Bahia
teve o atraso no plantio, devido à escassez e a irregularidades
nas chuvas, avalia Veloso.
Segundo ele,
também no Pará, Maranhão e Mato Grosso, a agressividade da
doença está menor, comparada a do ano passado, por causa das
condições climáticas. O Paraná continua sendo o estado com
maior número de focos. São 124 municípios com a presença da
doença, sendo 72 focos em aéreas comerciais.
O
fitopatologista da Cooperativa Central de Pesquisa Agrícola
(Coodetec), Cristiano de Sales Mendes, diz que fato que chama a
atenção, no Paraná, é que os focos da doença foram identificados
mais cedo e a doença foi diagnosticada em regiões onde ainda não
havia relato da doença como em Palotina e Terra Roxa PR,
afirma.
O Mato Grosso
é o segundo estado com maior número de focos de ferrugem
identificados. Dos 28 municípios com a doença, 15 são em
lavouras comerciais. De acordo com o pesquisador Mauro J.N. da
Costa, da Fundação Lucas do Rio Verde, há fazendas no Mato
Grosso com ferrugem intensa na fase final do ciclo das plantas,
já em ponto de colheita. No campus da Fundação, a ferrugem se
estabeleceu na primeira semana de janeiro nos experimentos de
avaliação da doença, avalia.
A ferrugem na
região de Chapadão do Sul, no Mato Grosso do Sul, está com baixa
incidência e as lavouras no geral estão bem desenvolvidas,
segundo o pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste, Paulino
Andrade. Tivemos apenas em torno de 5% de replantio. A nossa
expectativa é de que conseguiremos colher várias lavouras com
uma só aplicação de fungicidas. O monitoramento vem sendo feito
a contento, inclusive em áreas já aplicadas, com o intuito de
economizar defensivos, avalia.
No Rio Grande
do Sul, o fitopatologista da Fundação Centro de Experimentação
Fecotrigo (Fundacep), Carlos Renato E. da Rosa, informa que até
o momento, não existem relatos da ocorrência da doença em
lavouras comerciais no Estado.
De acordo com
a fitopatologista, Ruth Linda Benchimol, o plantio de soja na
região de Paragominas ainda está no início, em função do atraso
nas chuvas. Havia apenas dois plantios sob pivô, que já foram
colhidos e não apresentaram ferrugem, diz a pesquisadora.
A relação de
municípios em que há focos de ferrugem, o mapa com os locais
onde há ocorrência da doença, assim como dados relativos ao
controle da doença, entre outros, estão disponíveis no Sistema
de Alerta:
www.cnpso.embrapa.br/alerta. |