Lavouras
de soja de Borrazópolis, Kaloré, Primeiro de Maio e Cruzmaltina,
no Paraná, estão apresentando enrugamento nas folhas, anomalia
que não afeta o rendimento da soja. A afirmação é do pesquisador
Álvaro Almeida, da Embrapa Soja, unidade da
Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Segundo Almeida, o
enrugamento é chamado de falsa virose, porque apesar de estar
relacionado a baixas temperaturas, os sintomas são similares aos
de doenças provocadas por vírus.
O pesquisador da Embrapa Soja
afirma que diversos fatores podem causar sintomas semelhantes,
mas, nesta safra, já se comprovou que foram as baixas
temperaturas, em dezembro (com temperaturas de 12-150 C), que
induziram o enrugamento das plantas.
Para comprovar a hipótese,
Almeida testou amostras de folhas enrugadas,
enviadas por produtores do Paraná. O pesquisador utilizou as
amostras
para inocular plantas de soja suscetíveis aos dois principais
vírus conhecidos (mosaico comum e necrose da haste). Nenhuma
mostrou sintomas, demonstrando que a causa do enrugamento não
era vírus”, conclui.
De acordo com o pesquisador,
com a elevação da temperatura, o enrugamento foliar tende a
diminuir nas folhas afetadas e não aparecer nas folhas que se
formam posteriormente. A recuperação de plantas foi observada
em lavouras vistoriadas no município de Cruzmaltina, pela
COCARI. “Se a causa dessa anomalia fosse vírus, normalmente não
ocorreria recuperação das folhas, especialmente das folhas
novas”, afirma.