No
dia 9 de março serão lançadas em Campina Grande, PB, as duas
novas cultivares de algodão colorido da Embrapa: BRS Safira e
BRS Rubi (photo), de tonalidade marrom avermelhada. Vinculada ao
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, a Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), é pioneira no
desenvolvimento do algodão colorido no Brasil e já colocou no
mercado outras duas variedades: BRS 200 Marrom e BRS Verde,
lançadas, respectivamente, em 2000 e 2003.
O lançamento da BRS Safira e da
BRS Rubi acontecerá na sede da Federação das Indústrias do
Estado da Paraíba, às 20h, e tem como parceiros Natural Fashion,
Karsten, SENAI/CTCC, Coteminas e EMEPA, além do Banco do
Nordeste, instituição responsável pelo financiamento da
pesquisa. O evento terá como atração principal um desfile de
roupas produzidas a partir do algodão marrom avermelhado e de
combinações com as outras cores já lançadas pela Embrapa.
As fibras da BRS Safira e da
BRS Rubi não desbotam. “Elas têm excelente solidez ao cloro e à
luz, característica muito valorizada pela indústria têxtil”, diz
Leoni Pasold, coordenador de Pesquisa & Desenvolvimento da
Karsten. Testes realizados pela empresa em toalhas feitas a
partir do novo algodão demonstraram que o produto preserva a cor
mesmo após exposição prolongada à luz e em contato com água
clorada, o que em fibras tingidas provoca desbotamento e até
manchas.
BRS Rubi e BRS Safira são
resultado de um processo de melhoramento genético iniciado em
1996. “Elas foram originadas do cruzamento entre cultivares de
fibra branca de boa qualidade adaptadas à região Nordeste e
materiais introduzidos de cor marrom escura”, explica Luiz Paulo
de Carvalho, obtentor das variedades e chefe de Pesquisa &
Desenvolvimento da Embrapa Algodão.
As novas cultivares são
herbáceas ou anuais, podendo ser plantadas nas áreas zoneadas
para este tipo de algodão. Ambas são bastante produtivas: em
condições de sequeiro, têm rendimento médio de até 1.900 quilos
por hectare de algodão em caroço, ultrapassando 3,5 toneladas
por hectare em regime irrigado, se forem seguidas as
recomendações de manejo e colheita da Embrapa Algodão. A
diferença principal entre as duas é que a Rubi tem a fibra um
pouco mais escura do que a Safira.
Ecologicamente correto, não
poluente, de valor agregado para o produtor e forte apelo no
mercado internacional, o algodão colorido desenvolvido pela
Embrapa tem se consolidado como uma cultura sustentável e
excelente alternativa econômica para a agricultura familiar.
Desenvolvido para as condições
do semi-árido, é uma excelente alternativa de geração de renda
para os pequenos agricultores do Nordeste. Além de adaptadas às
fiações modernas, as cultivares de algodão colorido da Embrapa
reduzem os custos de produção para a indústria têxtil e o
lançamento de efluentes químicos e tóxicos, por dispensarem o
uso de corantes.
Indicado também para pessoas
alérgicas a tecidos artificialmente coloridos, o algodão
colorido tem tido demanda crescente do mercado internacional –
principalmente na Europa e no Japão, onde aumentam os adeptos de
produtos naturais.