Brazil
April 7, 2005
Na hora de escolher a cultivar
certa para plantar, o agricultor do norte e nordeste de Minas
Gerais, que semeia o feijão de terceira safra entre abril e
junho, conta com uma série de alternativas. Resta observar
aquela que melhor atenda suas necessidades e condições de
cultivo, bem como as oportunidades de comercialização.
A Embrapa
Arroz e Feijão (Santo Antônio de Goiás – GO), Unidade da Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, em parceria
com a Universidade Federal de Lavras (UFLA), Universidade
Federal de Viçosa (UFV) e Empresa de Pesquisa Agropecuária de
Minas Gerais (Epamig), recomenda pelo menos oito opções de
materiais recém-lançados, oriundos de programa de melhoramento
genético.
São indicadas
para plantio a BRSMG Talismã, BRS Pontal e BRS Requinte
(carioca); BRS Valente e BRS Grafite (preto); BRS Radiante
(rajado); BRS Timbó (roxinho); e BRS Vereda (rosinha). Elas
apresentam maior produtividade, em comparação às respectivas
cultivares com mesmo tipo de grão já semeadas, conforme ensaios
feitos a campo.
Segundo a
pesquisadora Ângela Abreu, essa superioridade, calculada pela
média dos experimentos, varia de 1,6% (2.601 quilos por
hectare), alcançada pela BRS Radiante, a 21,8%, observada na BRS
Valente (2.998 quilos por hectare). Quanto a duas doenças
prevalecentes, todas as cultivares têm resistência a pelo menos
duas raças de antracnose e a BRSMG Talismã, BRS Timbó e BRS
Vereda possuem reação intermediária à mancha-angular.
Ângela Abreu
explica que o aparecimento de antracnose, principalmente no
início do desenvolvimento da planta, e a ocorrência precoce de
mancha-angular podem ocasionar sérios prejuízos à lavoura. Para
ambos males, a obtenção de cultivares resistentes é um processo
contínuo, uma vez que há grande variabilidade do fungo causador
de cada doença. Por exemplo, só em Minas Gerais já foram
identificadas 20 raças do agente patogênico da mancha-angular.
Um atrativo
adicional das cultivares indicadas para plantio é o porte ereto
das plantas, com a inserção de vagens mais alta, ou seja,
distante do solo. Isso facilita a realização de tratos culturais
e favorece a colheita mecanizada. Nesse aspecto, destacam-se BRS
Valente, BRS Radiante, seguidas por BRS Grafite, BRS Timbó e BRS
Vereda, com porte semi-ereto.
Além das
propriedades agronômicas desejáveis, Ângela Abreu acrescenta que
as cultivares, com exceção da BRS Radiante, apresentam tempo de
cozimento igual ou inferior a 30 minutos, sendo as mais rápidas
a BRS Grafite (20 minutos) e BRS Requinte (22 minutos).
Ainda sem
perder de vista as características do mercado consumidor,
espera-se que os materiais atendam à demanda por produtos
diversificados. Embora predomine em Minas Gerais o gosto pelo
feijão carioca, há na Zona da Mata preferência por grãos de
cores preta e vermelha. Para os tipos rajado, rosinha e roxinho,
existem nichos que remuneram o agricultor com melhores preços.
|