Fiscalizações do
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento em 16
unidades da federação resultaram em cinco autuações por plantio
e comercialização irregulares de sementes de algodão
geneticamente modificado, segundo a Secretaria de Apoio Rural e
Cooperativismo (SARC).
Entre 23 de agosto e 10 de setembro, foram coletadas 591
amostras em sete estados. Até agora, 60 amostras foram
analisadas em laboratório. Apenas em Mato Grosso houve resultado
positivo para a presença de organismos geneticamente modificados
no algodão – quatro em amostras das folhas e seis em sementes.
Identificados os lotes de amostragem no estado, três produtores
foram autuados pelo plantio irregular e duas empresas produtoras
de sementes em razão da comercialização proibida desses
produtos.
Os
infratores, que ainda respondem a processo administrativo, estão
sujeitos a uma multa de R$ 18 mil, mais 2,5 vezes o valor da
produção comercial, prevista na nova Lei de Sementes. Além
disso, há uma multa de 16 mil Ufirs descrita na Lei de
Biossegurança.
A
Delegacia Federal da Agricultura em Mato Grosso suspendeu a
comercialização de 70 mil sacas de sementes no estado, segundo
está previsto na Instrução de Serviço Conjunta da Secretaria de
Defesa Agropecuária (SDA) e a SARC, publicada em 19 de agosto
deste ano. Hoje, foi concluído o processo de contratação do
laboratório para realizar análises em novas amostras já
coletadas pela fiscalização do ministério. Também foram
adquiridos hoje 200 kits para a realização 2 mil testes
imunocromatográficos para a detecção de transgênicos.
O ministro Roberto Rodrigues
determinou, no último dia 10 de agosto, a intensificação da
fiscalização em Mato Grosso e sua ampliação para os outros 15
estados produtores de algodão, além da destruição de todas
lavouras clandestinas no país. Desde então, o ministério
intensificou a fiscalização áreas do plantio comercial e de
sementes, além de usinas de beneficiamento de algodão, por meio
de verificação das notas fiscais de compra de sementes e da
coleta de amostras para análise laboratorial.
Em reunião com representantes do
setor privado, o ministro fez um alerta sobre os riscos e as
implicações da utilização de sementes não autorizadas, como a
introdução de pragas e doenças exóticas no país. Roberto
Rodrigues esclarece que o fato é um problema técnico mais sério
do que a soja transgênica, porque há a possibilidade de
polinização cruzada por insetos com o algodão convencional e
espécies silvestres nativas.