Brasília, Brasil
September 13, 2004
Rafael Campelo
Repórter da Agência Brasil
O representante da Confederação
Nacional da Agricultura (CNA), na Câmara Setorial de Insumos do
Conselho do Agronegócio (Consagro), Alécio Maróstica, em
entrevista à Rádio Nacional AM, informou que a ferrugem
asiática, uma praga que ataca a soja, provocou no último ano uma
quebra de cinco milhões de toneladas na colheita do produto.
“Tivemos o aparecimento dessa ferrugem em uma maior quantidade
na safra 2001 e 2002. Depois ela intensificou-se em 2002 e 2003
e, em 2003 e 2004, explodiu e o controle foi dificultado. O
prejuízo total, com a perda da soja mais o gasto com o fungicida
que foi aplicado, chega a mais de US$ 2 bilhões”, conta Alécio
Maróstica.
O representante da CNA disse que é difícil saber como a praga
chegou ao país, já que ela é transmitida por meio de um fungo
que pode ter sido transmitido em transporte de grãos ou mesmo em
viagens de pessoas. A ferrugem asiática ataca a folha da soja e
em poucos dias desfolha toda a planta. Segundo Maróstica, a
praga pode provocar uma perda de 100% na lavoura.
Ele informou que está havendo uma preparação para que não faltem
fungicidas, como ocorreu no ano passado. “No ano passado tivemos
bastante problemas. Tivemos problemas de falta de insumos para
aplicar. Esse é um insumo que não pode chegar tarde, pois não é
possível demorar mais de cinco dias para a aplicação do
produto”, disse.
A CNA também está procurando garantir um melhor preparo e
treinamento de agrônomos e técnicos para o maior esclarecimento
dos produtores. “Queremos evitar que o produtor plante a cultura
e depois colha prejuízo”, conta Maróstica.
Atualmente os Estados Unidos são os maiores produtores de soja,
com uma produção em torno dos 77 milhões de toneladas. O Brasil
é o segundo maior produtor mundial. Na última safra o país
produziu 49,7 milhões de toneladas de soja. Com o combate à
ferrugem, a meta é que a próxima safra atinja 60 milhões de
toneladas.
A maior parte dessa produção abastece o mercado asiático,
principalmente a China, e o europeu. “A qualidade da nossa soja
é requisitada porque ela tem teor de proteína maior do que o da
soja americana. Tem uma qualidade excelente. Temos que controlar
essa ferrugem para que não venhamos a perder”, alerta Maróstica.
Rust
causes loss of five million tons of soybeans
The
representative of the National Confederation of Agriculture
(CNA), Alécio Maróstica, informed that Asian rust, a disease
that attacks soybeans, caused a five million ton crop failure
last year in Brazil.
"This rust appeared in greater quantity in the 2001 and 2002
harvests. Then it intensified in 2002 and 2003, and in 2003 and
2004 it exploded and was difficult to control. The total loss,
covering the loss of soybeans and what was spent on the
fungicides that were used, comes to more than US$ 2 billion,"
Maróstica affirms.
Asian rust attacks the leaves of soybean plants and within a few
days strips the plants of all their leaves. According to
Maróstica, the disease can cause a crop loss of 100%. He
informed that preparations are underway for fungicides not to
run out, as occurred last year.
The CNA is also trying to make sure that agronomists and
technical personnel are better prepared and trained to enlighten
farmers.
The United States is currently the largest producer of soybeans,
with an annual crop amounting to around 77 million tons. Brazil
is the world's second largest producer. During the last growing
year, the country produced 49.7 million tons of soybeans. With
rust under control, the goal is for the next harvest to reach 60
million tons.
Most of this production goes to supply markets in Asia, mainly
China, and Europe. "Our soybeans are sought for their quality,
since they are higher in protein than American soybeans. Their
quality is excellent. We have to control this rust to avert
losses," Maróstica warns.
Agência Brasil
Reporter: Rafael Campelo
Translator: David Silberstein |