Brasília, Brasil
October 27, 2004
Benedito Mendonça
Repórter da Agência
Brasil
A produção nacional de grãos da safra 2004/2005 deve ficar entre
128,9 milhões e 130,9 milhões de toneladas, de acordo com
estimativa do primeiro levantamento de intenção de plantio
realizado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). “Os
dados que dispomos por enquanto indicam a possibilidade de uma
safra recorde de grãos, próxima de 131 milhões de toneladas de
grãos, com ênfase para recorde em soja e algodão”, destacou o
ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues.
O volume representa um acréscimo, de acordo com o documento, de
9,6 milhões (8,1%) a 11,6 milhões (9,8%) de toneladas,
comparando-se com a safra de 2003/2004, que foi de 119,3 milhões
de toneladas. A margem de erro da pesquisa é de 3%.
Foram pesquisadas 12 culturas agrícolas como algodão, arroz,
feijão, milho, soja e trigo. A colheita de soja, por exemplo,
deve ficar entre 59,5 milhões e 60,8 milhões de toneladas, dos
quais cerca de 20% serão de soja transgênica. Em relação à safra
passada essa estimativa representa um incremento de 9,7 milhões
a 11 milhões de toneladas. O levantamento foi feito por 60
técnicos com 1.270 entrevistados em 450 municípios, entre os
dias 3 e 9 deste mês.
Segundo o ministro Rodrigues, embora o governo tenha projetado
um possível crescimento da área plantada próximo de 3 milhões de
hectares, o que se verifica é que este crescimento será de, no
máximo, um milhão de hectares. “Isso mostra que os produtores
rurais já têm claro que haverá uma redução de renda, em função
dos custos ascendentes e da queda do preço das principais
comódites”, avaliou.
Rodrigues explicou que este primeiro levantamento foi feito
criteriosamente em todos os Estados produtores. Ele disse que
levou-se em consideração “a produtividade média dos últimos
cinco anos, extraídos os picos de cima para baixo e colocando
ainda um redutor tecnológico em função de que haverá uma redução
do consumo de fertilizantes de mais de 1 milhão de toneladas em
relação ao ano passado”. Para o ministro, esta “é uma
expectativa realista” que pode mudar ao longo do tempo em função
das condições de clima, do padrão tecnológico adotado e até
mesmo da consolidação da efetiva área plantada.
Sobre a questão da logística, o ministro da Agricultura
salientou que o governo observa esse ponto com muita atenção e
pelo menos os quatro pontos principais – portos, armazenagem,
rodovias e ferrovias -, já estão tratados.
Com relação aos portos, Rodrigues adiantou que “R$ 62 milhões já
estão alocados para os principais portos em que assuntos como
transbordo, acesso e profundidade da lâmina d'água serão
tratados e garantirão um adicional de exportação, já para março
de 2005, próximo a US$ 1 bilhão a mais”.
No item armazenagem, o ministro lembrou que, ao nível de
fazenda, os investimentos realizados a partir do Proinfra
permitirão que “elevemos a capacidade instalada de 5% para 10%
para o ano que vem”. Isso, segundo o ministro, dá ao produtor
uma margem maior de manobra no momento de vender a sua produção.
Sobre as rodovias, Rodrigues afirmou que o Ministério dos
Transportes já trabalha na reforma de 7.500 quilômetros de
estradas que foram priorizadas em função de um estudo da Conab
mostrando a tonelagem de grãos que passará em cada uma delas.
Quanto as ferrovias, conforme Rodrigues, o governo finaliza um
estudo que definirá investimento prioritários e emergenciais em
algumas delas. É o caso, por exemplo, do Ferroanel de São Paulo,
que permitirá melhor acesso aos portos de Santos e também do Rio
de Janeiro. Mas o ministro ressaltou que isso ainda não tem uma
definição clara, "o que virá nós próximos dias”.
Na opinião do ministro é importante considerar que a redução de
renda da agricultura está fundamentalmente localizada na área de
grãos, que representa 40% do PIB agrícola. “Outros setores como
açúcar, café, suco de laranja e carnes não têm a mesma redução e
eventualmete, em algumas deles, apresentam até melhoria”.
Falando do abastecimento do mercado interno, Rodrigues assinalou
que, independente da safra recorde, o governo tem um estoque de
passagem de 6.3 milhões de toneladas. “Esse é o maior estoque de
passagem dos últimos anos, sendo que só de milho são 4.1 milhões
de toneladas e de arroz 1.3 milhões de toneladas”, informou o
ministro. Para ele, esses volumes garantem plenamente o
abastecimento do ano inteiro.
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Rio de Janeiro,
Brasil
October 27, 2004
IBGE confirma safra agrícola em 119,5
milhões de toneladas
Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil
O gerente do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Carlos
Alberto Lauria, disse hoje que a Safra Agrícola deste ano deve
mesmo se situar em 119,522 milhões de toneladas de cereais,
leguminosas e oleaginosas. O número confirma as previsões do
Levantamento Sistemático da Produção, com base em dados de
setembro.
Embora revele uma pequena melhora de 0,1% em comparação às
previsões de agosto, o resultado é 3,22% inferior ao que foi
produzido no ano passado, 123,6 milhões de toneladas – a maior
safra da história do país.
Lauria disse que, no fechamento do ano, a safra 2004 deve
confirmar as previsões de setembro. “Com certeza: a safra deve
fechar em torno desses 119 milhões de toneladas, um pouco
inferior à safra passada. Só temos no campo o trigo e alguns
produtos de segunda e terceira safra e não vai haver maiores
alterações em relação ao número divulgado agora em setembro”,
explicou.
Segundo o IBGE, entre as grandes regiões, em termos absolutos,
destacam-se o Sul do país, que deverá produzir este ano 49
milhões de toneladas, 41% de toda a safra brasileira; e o
Centro-Oeste 39,854 milhões (33%).
Lauria destacou o comportamento das culturas do algodão herbáceo
em caroço, do arroz em casca e do sorgo, todas com melhora na
estimativa de produção. No caso do algodão, o crescimento entre
uma expectativa e outra chegou a 62,36%. Como destaques
negativos ele citou o milho e a soja, com quedas entre uma
previsão e outra de 18,65%, no caso do milho em grão segunda
safra; e da soja em grão (-4,42%). |