São Paulo,
Brazil
October 22, 2004
Fabiana
Uchinaka
Repórter Agência Brasil
A Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) e o Mercado a Termo de
Rosário (Rofex), na Argentina, finalizam nas próximas semanas os
estudos de viabilidade para criação de um mercado futuro de
operação conjunta para contratos de soja em grão e derivados. A
parceria poderá criar o maior pregão de soja do mundo.
Se a fusão se consolidar, boa parte da soja mundial poderá ser
negociada em um só lugar, por plataforma eletrônica integrada,
que considera as características e as peculiaridades da produção
e comercialização de soja nos dois países. Atualmente, Brasil e
Argentina produzem juntos cerca de 90 milhões de toneladas de
soja, cerca de 35% da produção mundial do grão.
De acordo com Noênio Spínola, secretário do Conselho
Administrativo da BM&F, tradicionalmente o preço da soja é
negociado na Bolsa de Chicago, porque os Estados Unidos sempre
tiveram a maior produção de soja do mundo. No entanto, com o
crescimento da produção no Brasil e na Argentina surgiu o
interesse por um sistema de fixação de preços nestes mercados.
“Os maiores interessados são os chineses. Eles querem ter
alternativas de cobertura para a soja, já que são compradores em
escala global e têm o segundo contrato mais líquido do mundo”,
disse o diretor.
Spínola explicou que o preço negociado na bolsa de futuros é uma
opção mais garantida para o produtor e funciona como uma espécie
de seguro, diante das possíveis oscilações da cotação da soja na
época da safra. Segundo ele, no entanto, esse preço se baseia na
demanda doméstica americana e não leva em conta a realidade da
soja nos outros países. “Se mudam as condições de produção, se o
mercado apresenta outro poder de consumo ou se surgem outras
variações, o preço decola nos Estados Unidos e não aqui. Esses
contratos futuros nem sempre oferecem ao produtor a cobertura
técnica que ele precisa”, ressalvou.
Brazil and Argentina set to
create world's biggest soybean exchange
Talks are
underway to merge the soybean futures markets of Brazil (Bolsa
de Mercadorias & Futuros) (BM&F) and Argentina (Mercado a Termo
de Rosário) (Rofex). If the deal goes through it could create
the world's biggest soybean exchange. At the moment, Brazil and
Argentina produce some 90 million tons of soybeans annually,
around 35% of world production.
According to Noênio Spinola, an official at the BM&F, soybean
prices have been traditionally negotiated in Chicago because the
US is the world's biggest producer. However, with the growth of
production in Brazil and Argentina, there is interest in having
prices set in South America. "The Chinese are the most
interested. They are big global buyers and want other options,"
explains Spinola.
There are advantages to negotiating prices on futures exchanges,
says Spinola. It offers the farmer a price guarantee and ensures
that he is protected from fluctuations around harvest time. The
problem with the Chicago market is that it reflects the domestic
American market and not the situation in other countries, which
may be different, declared Spinola.
Agência Brasil
Reporter: Fabiana Uchinaka
Transaltor: Allen Bennett |