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Pesquisa pretende colher flores, em Rondônia
Brasil
October 1, 2004

Qualidade e beleza aliados ao potencial produtivo são os principais atrativos para o cultivo de flores e plantas ornamentais. Em Rondônia, a necessidade de transformar em agronegócio a atividade, realizada ainda de maneira artesanal, motivou a criação de um banco de germoplasma de plantas ornamentais e flores tropicais no Campo Experimental da Embrapa Rondônia (Porto Velho-RO). O projeto – resultado de parceria entre a Empresa, Sebrae RO, Flortec Consultoria e Treinamento, Associação Rural de Produtores e Distribuidores de Flores de Rondônia e Cooperativa de Produtores Rurais da Amazônia – teve início nesta semana em viveiro instalado na Unidade.

Reunindo espécies como helicônias, alpíneas e folhagens – reconhecidas pela exuberância, cor e formas inusitadas – o objetivo da parceria é disponibilizar materiais para propagação, grande dificuldade enfrentada pelos produtores de Rondônia, na visão da pesquisadora da Embrapa Vanda Gorete Rodrigues. Coordenadora do projeto, ela cita que serão executadas atividades de pesquisa para conhecimento das técnicas adequadas de manejo, tratos culturais e durabilidade das plantas, já que as espécies têm que passar por um período de aclimatação após a obtenção das mudas.

De acordo com a engenheira agrônoma Ana Paula Sá Leitão, da Flortec Consultoria, empresa de Holambra, São Paulo, contratada pelo Sebrae RO para a viabilização do projeto, a obtenção de mudas ainda dificulta a produção em escala comercial, limitação que o estudo tentará vencer. "A cultura ainda é incipiente em Rondônia, realizada artesanalmente. Para se sobressair como agronegócio, devemos estruturar pesquisas e investir na aquisição de rizomas, organizando também os produtores", explica Ana Paula. Na Embrapa Rondônia, Empresa localizada na porção ocidental da Amazônia, plantas nativas da floresta, como as helicônias, irão compor o banco, além de seis espécies trazidas da Mata Atlântica pela agrônoma.  

O gerente da Unidade de Desenvolvimento Setorial do Sebrae RO, Desóstenes Nascimento, analisa com otimismo o projeto estruturado. Segundo ele, o potencial oferecido pela floresta amazônica possibilita expansão da atividade, conquistando novos mercados. "É necessário que o produtor atenda às demandas com regularidade, qualidade e preço baixo.

A parceria com a Embrapa possibilitará o elo com o produtor, otimizando a cadeia produtiva, além de fornecer informações científicas para o desenvolvimento sustentável da atividade", explica. Em Rondônia, segundo a produtora Daire Jovina Campitelli, integrante da Associação Rural de Produtores e Distribuidores de Flores, a classe atende apenas ao mercado local e de algumas cidades do interior, já que as plantas são bastante utilizadas na decoração de eventos. "Nossa idéia é atender todo o Estado. Agora, com o projeto estruturado, sonhamos também em comercializar nossas plantas para o restante do país. A meta é partir para a exportação", antecipa.

Ramo exige conhecimento - O projeto exige acompanhamento e capacitação dos integrantes. Algumas mudas levam até três anos para iniciar a produção de flores, após serem aclimatadas ou domesticadas às condições impostas pelos pesquisadores. No entanto, a paciência é recompensada pela valorização, produção e durabilidade do produto. Segundo Daire Jovina, uma das espécies cultivadas pela Associação Rural de Produtores, a helicônia "Golden Torch", alcançou a produção de 285 flores por ano em um espaço de 1m².

A profissionalização do setor em Rondônia tem como referência os Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Alagoas, Bahia, Pernambuco, Ceará, Goiás, Amazonas e Pará. Na Embrapa Rondônia, Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, a pesquisa participativa utilizará o sistema orgânico de produção, realizando o controle biológico para pragas e doenças.

"As helicônias, conhecidas também como bananeiras de jardim, são suscetíveis a pragas parecidas com as da bananeira. A introdução do cultivo em Rondônia será responsável pela observação do comportamento dessas espécies", analisa Vanda Rodrigues. Segundo a pesquisadora, a intenção é formalizar mais parcerias com instituições de pesquisa e desenvolvimento. Unidades da Embrapa localizadas na Amazônia e a Embrapa Agroindústria Tropical, em Fortaleza, por exemplo, que já desenvolvem pesquisas relativas à cultura, devem ser reunidas. O setor, de acordo com dados do Sebrae, é responsável no Brasil pela geração de cerca de 50 mil empregos. "Potencialidade que pode ser aproveitada na Amazônia", conclui a pesquisadora. Mais informações podem ser obtidas junto à assessoria de comunicação social da Embrapa Rondônia pelo telefone (69) 225-9387 ou pelo e-mail
sac@cpafro.embrapa.br .  

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